Sexta-feira, 3 de setembro de 2010, atualizada às 18h

Projeto propõe revitalização e transporte na linha férrea de Viçosa

Pablo Cordeiro
Repórter

Um antigo sonho dos moradores de Viçosa, Zona da Mata, pode ser realizado em breve. Isso porque um projeto propõe a revitalização da linha férrea que corta a cidade e a inclusão de um veículo leve nos trilhos para transporte de passageiros. O Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), ou simplesmente trem urbano, irá transpor do campus da Universidade Federal de Viçosa (UFV), pelo centro da cidade, através dos bairros Barrinha e Silvestre, até o parque tecnológico da cidade.

O projeto foi coordenado pelo Centro Tecnológico de Desenvolvimento Regional de Viçosa (Centev) e ainda não tem prazo para o início das obras, já que o grupo ainda não fechou com nenhum investidor, embora existam interessados.

O trem será composto por dois vagões e terá capacidade máxima para 358 passageiros. De acordo com o diretor-executivo do Centev, Robson Zucolotto, um estudo prévio já foi realizado e comprovou que o projeto é viável. "Fizemos pesquisa de mercado, de fluxo de pessoas e de expectativa de demanda para garantir a viabilidade. Dentre os benefícios estão os baixos ruídos, a baixa trepidação e a baixa poluição. Tem risco, mas vale a pena", destaca.

O trem irá atingir a velocidade de 80 km/h e eliminará um dos problemas típicos de grandes metrópoles e que Viçosa vem enfrentando: o trânsito caótico. "Teremos agilidade contra o problema de fluxo proveniente das ruas antigas e não planejadas. O trânsito está verticalizado e temos o caos urbano. Com o trem, a circulação de carros e de ônibus irá diminuir", explica Zucolotto. Se implantado, o valor da passagem poderá ser de R$ 1,50.

Economia ambiental e resgate cultural

Outros fatores a favor do projeto são o resgate cultural da cidade, já que a linha férrea existe por décadas; e a preservação ambiental, pois os possíveis combustíveis serão o diesel ou o biodiesel. Com a utilização de combustíveis que não eliminam carbono, Zucolotto salienta que a cidade fará o sequestro do carbono e ganhará em créditos no mercado. "Essa redução trará lucro para a cidade, pois quanto mais se economiza em emissão de carbono, mais crédito é adquirido para venda no mercado, além da preservação do meio ambiente. As pessoas sempre sonharam com a revitalização da linha." O investimento total é da ordem de R$ 8,6 milhões, sendo cerca de R$ 4 milhões para a linha. 

Os textos são revisados por Thaísa Hosken