Serra do Papagaio: local marcado pelas belas paisagens e desafios das trilhas Montanhista de Juiz de Fora realiza travessia de 62 km, entre Aiuruoca e Baependi, em dois dias e enfrenta desafios para se deparar com as belas paisagens

Victor Machado
*Colaboração
15/7/2011
Cachoeira

A busca pelo contato com a natureza, por desafios nas trilhas e as belas paisagens são os fatores que servem de inspiração para o montanhista Conrado Campagnacci. Em sua última viagem, ele partiu sozinho para uma expedição na Serra do Papagaio, em Aiuruoca, no Sul de Minas, cerca de 170 km de distância em relação a Juiz de Fora.

Segundo o montanhista, o desafio de fazer a travessia entre Aiuruoca e Baependi sozinho o fez planejar a viagem desde outubro de 2010. "Sempre procuro outras pessoas para me acompanhar, mas não queria ficar dependendo de ninguém. Comecei a pesquisar a região, fazer contatos com guias locais e saber o roteiro desde o ano passado. Como não teria um guia comigo, isso é importante para não se perder nas trilhas."

Para ele, os principais desafios durante a viagem foram as longas subidas, o frio e a falta de acesso à água. "Quando você pensa que já subiu demais, aparece outro morro. O frio estava muito intenso. Peguei uma média de 22º C durante o dia, mas, depois da 18h, começava a cair e, durante a noite, chegou a fazer -2º C. Ainda tive dificuldade com a água. Na segunda noite, dormi com pouca quantidade."

Além disso, o montanhista precisou levar uma mochila com mais de 20 kg de equipamentos. Entre eles, quatro litros de água, o anoraque, protetor que evita a entrada de água na bagagem, e o fleece, uma blusa leve, com menos volume e que retém o calor. "Uma dica que posso dar para quem gostaria de fazer a travessia é levar pelo menos seis litros de água." Além do aparato, Campagnacci recomenda equipamentos de cozinha, equipamentos de camping, equipamentos para frio, alimentação (lanches, almoços e jantares) e calçados bons para longas caminhadas.

Campagnacci gastou dois dias para fazer a travessia entre as cidades. No primeiro deles, a caminhada durou das 10h às 20h30. Já no segundo, durou entre 4h e 18h. No roteiro, 62 km de trilhas e paisagens, como a Cachoeira dos Garcias, que possui cerca de 30 metros de queda d'água, e o Pico do Papagaio, terceiro maior da região com 2.100 m e que possibilita a visão panorâmica da região.

Cidade

A cidade de Aiuruoca possui 6.100 habitantes e mais de 60 cachoeiras. Além das paisagens, a cidade se destaca por ser o berço do queijo prato e do primeiro Carnaval antecipado do Brasil, que começou em 1938. "É uma cidade muito acolhedora, a população sempre procura ajudar e gosta dos turistas", afirma o montanhista. Entre as atrações, estão rapel, pêndulo e mountain bike.

Segundo Campagnacci, é possível encontrar pousadas com preços entre R$ 50 e R$ 100 a diária, além dos campings que são liberados. Ele gastou aproximadamente R$ 200 na viagem para comprar comida e passagens. No entanto, o montanhista comenta que o mais aconselhável é procurar um guia para fazer as trilhas. "Os guias cobram em média R$ 100 para grupos de, no mínimo, quatro pessoas. Para quem não tem tanta experiência em trilhas é o mais aconselhável."

Montanhismo

Campagnacci explica que o inverno é a melhor época para se praticar o montanhismo. Segundo ele, no verão as trilhas ficam muito perigosas. "As trilhas molhadas pelas chuvas de verão ficam perigosas e escorregadias. Além, é claro, do tempo imprevisível desta estação. O inverno é mais seco e é quando abre a temporada de montanhismo."

Ele comenta que a região de Aiuruoca é muito interessante por possuir trilhas bem demarcadas e acima do maior pico da região de Juiz de Fora. "Existe uma parte da trilha na Serra do Papagaio que é acima do maior pico de Ibitipoca. Portanto, são trilhas puxadas."

Para quem deseja realizar o desafio da travessia, o montanhista aconselha reunir um grupo de no máximo quatro pessoas e procurar a cidade antes de entrar na trilha. De acordo com ele, um grupo com muitas pessoas dificulta a caminhada e, a ida até a cidade, proporciona um conhecimento maior do local.

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*Victor Machado é estudante do 7º período de Comunicação Social da Faculdade Estácio de Sá

Os textos são revisados por Thaísa Hosken

*Victor Machado é estudante do 7º período de Comunicação Social da Faculdade Estácio de Sá