Terça-feira, 17 de novembro de 2009, atualizada às 17h

Estilistas são responsáveis pelo show que as transformistas dão nas passarelas do Miss Brasil Gay

Daniele Gruppi
Subeditora

As transformistas deram um show nas passarelas do Miss Brasil Gay 2009. Mérito delas e também dos estilistas que ajudaram a compor os trajes. Os profissionais trabalharam duro durante os meses que antecederam o evento, ficaram ansiosos e vibraram com o reconhecimento da beleza de suas criações.

O estilista Bruno Oliveira assinou a produção de cinco trajes típicos, sendo que um conquistou os jurados e foi premiado em 2º lugar na categoria. O vestido foi criado para a Miss São Paulo, Thaysa Schinayder, que saiu de uma caixa-forte com uma roupa banhada a ouro, com pedrarias e strass.

Pela primeira vez em dez anos trabalhando para o concurso, Oliveira fez um vestido de noite e, logo na estreia na categoria traje de gala, levou o 2º lugar com o modelo feito para a Miss Santa Catarina, Carol Zwick. Ela desfilou numa segunda pele com fundo semelhante à pele de uma cobra, todo bordado com swarovski prata e caramelo e com medalhões banhados a ouro. 

Para se inspirar, ele busca algum fato atual e ouve muita música. Oliveira diz que faz estudo do perfil de cada cliente. "Tem transformista que é mais séria e tem outras que já chegam dispostas a fazer uma performance." Para ele, a fantasia mais original que criou para o Miss Brasil Gay 2009 foi a desenhada para a Miss Piauí, Sheila Xiis. O modelo teve como tema "o carbono 14, na descoberta da idade dos fósseis dos dinossauros, encontrados na Serra da Capivara, no Piauí".

Ele começou a participar do evento por acaso. "Um amigo foi concorrer e pediu que fizesse o vestido. Acabei pegando amor pelo concurso." Quanto à mudança na data de realização do evento, ele aprovou. "Ganhamos mais tempo para a preparação. Poderia continuar sempre em novembro."

O estilista Ribas Azevedo foi o responsável, junto com Jair Fernandes, pelos trajes de gala e típico da Miss Tocantins, Carla Rangel, e pelo de gala da Miss Paraná, Laviny Woitilla. No desfile do traje de noite, Carla Rangel se apresentou com uma segunda pele bordada com renda francesa em tons de azuis, rebordada com vidrilhos e cristais. No típico, fez referência à lenda da paixão de uma índia pelo pajé, que devido ao amor, foi expulsa da aldeia e colocada  numa gruta. Para Laviny Woitilla, ele confeccionou um vestido em lurex dourado e trabalhou com tons de ouro velho, rosê, esmeralda e azul-piscina.

Em 2008, ganhou prêmios com os vestidos típico e de gala da Miss Tocantins, Ava Simões. Segundo Azevedo, para montar uma roupa para o evento, é preciso muito estudo. "Toda criação é um sonho, é como um filho. É uma emoção única ver o vestido sendo apresentado nas passarelas, é uma satisfação. Pena que o prêmio é dado a uma só candidata."

Kaleb Aguiar fez sua estreia como estilista no concurso este ano. "Mexo com moda há dez anos e fui convidado para participar. Posso dizer que quero estar presente nos próximos." Ele fez os vestidos de gala e típico para a Miss Acre, Christine Lohan. "Demorei dois meses para produzir o típico e 30 dias para confeccionar o da noite. Nossa intenção é sempre surpreender."

Brenda Lamask participa do evento desde 2000. Ela, que também é coordenadora do Miss Amazonas, criou as roupas para a Miss que representou o Estado, Mellysse D' Byazze. Ela conta que para montar os vestidos esquece a economia e trabalha com materiais bons e reciclados. Entre as referências para criações, a estilista destaca o Festival de Parintins.

Michele X, que fez os vestidos de gala da Miss Distrito Federal, Lettícia Ferrari, e o da Miss São Paulo, Thaysa Schinayder, destaca que o segredo para encantar a todos é inovar, já que o concurso está cada vez mais competitivo.

Os textos são revisados por Madalena Fernandes