Cancelamento do Miss Brasil Gay faz cair expectativa de comerciantes em JF

Tumultos causados por gangues da cidade também são apontados como responsáveis pela queda no movimento do comércio

Andréa Moreira
Repórter
15/8/2012
Comércio enfeitado para a Rainbow Fest 2011

A abertura oficial do 15º Juiz de Fora Rainbow Fest ocorre nesta quarta-feira, 15 de agosto. E a três dias de um dos maiores eventos da programação, que é a 10ª Parada do Orgulho Gay, o comércio de Juiz de Fora não mostra tanto entusiasmo como nos anos anteriores. Em edições de anos anteriores, nessa época, algumas vitrines e portas de lojas já estavam enfeitadas com bandeiras e balões nas sete cores do arco-íris, símbolo do movimento LGBT.

Mas com o cancelamento do Miss Brasil Gay, os comerciantes acreditam que o movimento não será tão grande como nos outros anos, o que gera um desestímulo entre os empresários. Mesmo seguindo a tradição de enfeitar a loja, a gerente da Almejar Bijuterias, Fernanda de Paula, acredita que 2012 não será lucrativo. "Sempre enfeitamos a fachada da nossa loja. Este ano não será diferente. Mas em relação ao aumento de vendas, não estamos otimistas. Nos outros anos, ouvíamos os comentários das pessoas, escolhendo o que iriam usar durante o evento, mas este ano não ouvimos nada. Até parece que não vai ter a Parada Gay."

Rede hoteleira

Para o gerente do Ritz Plaza Hotel, Bruno Augusto Aquino, o movimento de hóspedes neste fim de semana será comum. "Nem parece que vai ter um evento em Juiz de Fora. O movimento no hotel não sofreu nenhuma alteração. Pelo contrário, chegamos até a registrar alguns cancelamos porque não haverá o Miss Gay." Aquino revela também, que em 2011, durante a Rainbow Fest, as reservas no hotel aumentaram de 30% a 40%.

Constatação semelhante ocorre no Victory Suítes, como destaca o gerente José Carlos Branco. "Nossa lotação está completa, mas não é por causa da Rainbow Fest. Ano passado, nós hospedamos as candidatas do Miss Brasil Gay e, como este ano não terá o concurso, sentimos uma redução de 50% nas reservas destinadas a este público."

Restaurantes

Para o gerente administrativo do restaurante Kidelícia, Flávio Cândido, há dois anos a Rainbow Fest deixou de ser lucrativa. "Até o ano de 2009, registrávamos um aumento de 10% a 15% no número de clientes. Mas com os incidentes que vem acontecendo, como as brigas de gangues e até mesmo a morte de um jovem nos arredores da concentração da Parada Gay, em 2010, estamos percebendo redução de clientes. No ano passado, essa redução chegou a 40%."

Já para o administrador do restaurante Sabor Bem Mineiro, Rogério Paschoalino, a festa sempre foi motivo de comemoração e, em 2012, ele acredita que não será diferente. "Como a Rainbow Fest e o Miss Gay têm públicos bem diferentes, acredito que a não realização do desfile não irá nos afetar. Todo ano vemos um aumento de 25% a 35% de clientes, principalmente no período noturno. Por isso, já nos preparamos para atender este público.

Os textos são revisados por Mariana Benicá

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