Sexta-feira, 5 de julho de 2013, atualizada às 13h

Morre, aos 41 anos, a transexual Fernanda Muller

Jorge Júnior
Subeditor
fernanda

Morreu na madrugada desta sexta-feira, 5 de julho, em Juiz de Fora, aos 41 anos, a transexual Fernanda Muller (foto ao lado).

Luiz Fernando Andrade Pereira, é nome de registro de Fernanda, que ficou conhecida na cidade por sua atuação no Carnaval, na Parada Gay e no Miss Brasil Gay. Fernanda estava internada no Hospital João Penido com um Acidente Vascular Cerebral (AVC) desde o dia 28 de maio. O enterro está marcado para este sábado, às 9h, no Parque da Saudade.

O fundador do Movimento Gay de Minas Gerais (MGM) e amigo de Fernanda, Oswaldo Braga, lamenta a morte da juiz-forana. "Estamos muito tristes. Ela era uma presença marcante no MGM. Carteirinha número 001 da instituição. Foi rainha da Parada Gay em 2011, apresentou um programa de entrevista no MGM, com o nome Programa da Fê. Além disso, apresentava o Quinta Drag Show.

Para Braga, Fernanda tinha uma alegria contagiante. "Ela era uma graça. Tinha um grande talento e beleza. Estava sempre presente nos eventos. Juiz-forana de coração, ela levava o nome da cidade para todos os cantos do Brasil, muito bem representado. Ela era uma travesti bem resolvida e uma menina que fará muita falta nos nossos corações."

Vários amigos da transexual também lamentaram a morte, pelo Facebook. "Fernanda contribuiu muito, não só para o Carnaval, mas era influente nas suas relações pessoais. Muitas vezes puxou minha orelha, me aconselhou, como somente os amigos verdadeiros fazem. Ela sempre acompanhava os meus shows. Me homenageou com o seu troféu e me contratou várias vezes para cantar, além de me convidar para o seu programa", diz a cantora Sandra Portela, que acrescenta: "Era muito bem recepcionada por ela. Fernanda era uma personagem forte, com muito brilho, e que será insubstituível no meu coração." O jornalista Jonathan Frizeiro definiu Fernanda em uma palavra: estrela.

Quem também comentou o ocorrido, foi o apresentador Léo Peixoto: "Fernanda é um daqueles seres humanos que brilham por si só. Uma verdadeira estrela radiante. Uma grife."

A Miss Brasil Gay 2011, Raika Bittencourt, também se pronunciou pela rede social. "Recebi com muita tristeza a notícia do falecimento da nossa grande artista Fernanda Muller. Fernanda é um grande nome da noite juiz-forana e de todo o Brasil, apresentadora oficial do Miss Brasil Gay, além de uma ótima amiga. Um talento nato, sempre envolvida com os eventos culturais da cidade, dando apoio, comparecendo, indo pra rua no Carnaval de Juiz de Fora, sendo Rainha da Parada Gay. Foi a primeira pessoa a fazer a carteirinha do Movimento Gay de Minas, sempre na luta por igualdade e contra a discriminação e o preconceito. Certamente foi a artista que mais influenciou a cena gay juiz-forana. É uma pena perder um talento como o dela. Tenho certeza de que esta magnífica artista está sendo bem acolhida pelos anjos neste momento. Que Deus conforte todos nós, seus amigos e familiares. Que descanse em paz."

Segundo o presidente do MGM, Marco Trajano, a amizade com Fernanda começou nos anos 80, em um bar chamado Embaixo da Escada, que funcionava em uma galeria na rua Halfeld. "Já naquela época, com seus 14 anos, era divertida, bem humorada com tiradas rápidas e inteligentes."

Ainda segundo Trajano, "O nome Fernanda Muller foi dado por Rogério Belo, grande estilista da cidade, que já naquela época via em Fernanda a grande estrela, a grande artista, a grande carnavalesca que nasceria pra causar e fazer história em Juiz de Fora."

Aos 16 anos começou a trabalhar com diretora de shows de uma boate da cidade, local onde ficou por mais de 26 anos. No Carnaval, foi rainha de bateria da Turunas do Riachuelo e da Unidos do Ladeira.

Atualizada às 18h30

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