Nesta terça-feira (19), o Forum da Cultura da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) realiza a última exposição de 2023 da Galeria de Arte com a mostra “Os nossos óleos”, dos artistas plásticos João Luiz D’Agosto e Iriê Salomão. De acordo com a instituição, os artistas trazem ao público uma coletânea de obras inspiradas pelos detalhes presentes na natureza, criadas com as técnicas de óleo, acrílica e tinta à base d’água sobre tela, a partir das 18h30. O evento é gratuito e aberto ao público em geral.
Ao todo, são mais de 10 telas inéditas, "capazes de transportar quem as admira a lugares onde a natureza toca o onírico". Essa mostra explora a ideia de que, mesmo com estilos e técnicas diferentes, cada um dos artistas, suas formas de se expressarem e seus olhares sobre o mundo se encontram e compartilham o mesmo espaço de exibição.
Sobre João D'Agosto
Do nanquim e grafite, até chegar aos trabalhos de pintura em tela, João D’Agosto vivenciou diferentes experiências artísticas e recebeu a influência de movimentos como o surrealismo, além de também ter entrado em contato com os trabalhos de outros artistas, como Roberto Vieira, que possui obras em que há predominância do uso do elemento terra em sua composição. Como resultado dessa combinação, D’Agosto também encontrou inspiração em elementos naturais como água, ar e terra, para dar vida às suas criações. “Iniciei minha produção tendo como partido principal a utilização destes elementos primários na composição de paisagens, relevos, formações esculturais como as encontradas na natureza. Em meus trabalhos, aplicando tinta látex por meio de pincéis e tinta acrílica com o uso de espátulas, busco proporcionar volume, transparência, luminosidade e movimento às paisagens”, explica.
As telas de João D’Agosto trazem o encontro entre montanhas, mares e o céu. Um beijo entre o azul, o marrom, o branco, o cinza e seus infinitos subtons. Como uma dança que faz os olhos se perderem, a ponto de não ser mais possível identificar dois corpos, mas apenas um. Essas são, de alguma forma, perspectivas interessantes para se observar seu trabalho. “Os elementos se misturam criando uma nova leitura sobre as paisagens naturais comuns do nosso dia a dia, evidenciando o processo evolutivo e a constante e silenciosa transformação junto aos seres em nosso planeta”, conclui o artista.
Sobre Iriê Salomão
Também inserido neste mesmo contexto de representações da natureza, Iriê Salomão capta paisagens através das janelas de sua casa, com a Mata do Morro do Imperador rodeando o pequeno mundo da rua sem saída. E não é apenas através da janela restrita à estrutura metálica envidraçada que compõe a arquitetura doméstica que o artista busca suas inspirações. Salomão também encontra, nas janelas da televisão e do computador, uma fonte de informações e imagens de diversos cantos do mundo, com suas formas e cores, que são verdadeiras matérias-primas para criação de suas obras.
Seja na calma das sombras e movimentos florestais ou na explosão do azul bem fechado, intercortado por rajadas vermelhas escuras, representando a chuva piroclástica que antecede a erupção vulcânica: utilizando-se da técnica de óleo sobre tela, Iriê Salomão eterniza imagens, olhando o mundo que está a seu redor, decifrando-o e transportando-o com seus sentimentos ao retângulo da tela.
“Natureza em suas múltiplas manifestações são os temas preferidos para a pintura que desenvolvo. As expressões naturais me permitem uma movimentação dos pincéis como se fossem a batuta de um maestro, que, obedecendo à melodia do autor, marca o ritmo lento ou rápido, não o mais importante. Interessante para mim é marcar com fartura de tintas e cores, que muitas vezes são misturadas no próprio tecido da tela, meio que por acaso, deixando a química dos corantes fazer o seu trabalho e, juntos, com as linhas marcadas pelos pincéis, vou construindo a paisagem desejada e a emoção pretendida”, explica.
“Os nossos óleos” segue em cartaz até o dia 5 de janeiro de 2024. As visitações ocorrem de segunda a sexta-feira, das 10h às 19h. Nos dias 25 dezembro e 1º de janeiro, o Forum da Cultura não funcionará devido ao recesso das festas de fim de ano. Entre os dias 26 e 29 de dezembro, o Forum funcionará entre 10h e 18h.
Galeria de Arte
O espaço, instalado em um local privilegiado no segundo pavimento do Forum da Cultura, abriga produção eclética, com exposições de artes plásticas, documentais e pedagógicas que já chegaram a ter mais de mil visitantes por mostra. Criada em 1981, no reitorado do professor Márcio Leite Vaz, a galeria recebe importantes nomes da pintura de Minas Gerais e da cidade, além de jovens artistas e coletivos.
Forum da Cultura
Instalado em um casarão centenário, na rua Santo Antônio, 1112, Centro, o Forum da Cultura é o espaço cultural mais antigo da Universidade Federal de Juiz de Fora. Em atividade há mais de cinco décadas, leva à comunidade diversos segmentos de manifestações artísticas, abrindo-se a artistas iniciantes e consagrados para que divulguem seus trabalhos.
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