Terça-feira, 2 de fevereiro de 2010, atualizada às 19h30

Número de efetivo policial na Zona Norte é inferior ao previsto. Criminalidade preocupa população

Aline Furtado
Repórter

Para atender os 130 mil habitantes da Zona Norte de Juiz de Fora, a Polícia Civil (PC), conta, atualmente, com um efetivo de nove policiais, sendo dois delegados, dois escrivães e cinco agentes.

De acordo com o delegado Rodrigo Salomão, a situação ideal prevê um efetivo de 130 policiais civis para atender à região. "Este total de moradores representa mais do que 90% da população de vários municípios de Minas Gerais. O número de policiais está muito aquém do necessário para gerenciar a segurança desta população", constata.

Já a Polícia Militar (PM) aponta como ideal para atender à demanda um efetivo de 140 militares. Hoje, o quadro que trabalha na região conta com 120 policiais, mas, deste total, apenas 86 atuam. "O restante se encontra em período de afastamento, seja por férias, por motivos de saúde ou outros", explica o capitão da PM, Márcio Duarte.

Mesmo diante destes dados, a PM revela que os números registrados em 2009 relacionados à criminalidade na região foram menores do que o verificado em anos anteriores. No ano passado, houve um aumento de 71% na apreensão de armas de fogo em comparação com o ano de 2008. Os crimes violentos, quando comparados com o ano de 2008, foram reduzidos em 16% em 2009. No mesmo período, os crimes contra o patrimônio público registraram redução de 18%. Com relação aos homicídios, em 2008, foram contabilizados 14, enquanto em 2009, foram cinco, sendo quatro por motivos passionais. A PM registra, na região Norte, entre 740 e 800 ocorrências a cada mês.

Audiência

Para discutir os problemas relacionados à criminalidade na região Norte da cidade, foi realizada nesta terça-feira, 2 de fevereiro a audiência pública proposta pelo vereador João do Joaninho (DEM). "Acredito que uma das medidas fundamentais para a questão de segurança pública é a implantação de um trabalho educativo nas escolas da cidade. Só assim conseguiremos reduzir a criminalidade."

O morador de Benfica, Sebastião Duque, destacou o aumento do número de brigas entre gangues de bairros rivais e de roubos, desde a desativação do posto policial de Benfica. "Isto nos causa medo e insegurança. Aliás, é necessário que haja mais policiamento nas portas das escolas devido ao problema de tráfico de drogas." O capitão da PM explicou que a saída do posto policial de Benfica ocorreu por questões logísticas. "Não quer dizer que houve redução no policiamento. Nosso efetivo está nas ruas e é reforçado de acordo com a necessidade verificada em momentos em que é registrado um maior número de crimes, como entre 21 e 2 horas."

A presidente da Sociedade Pró-Melhoramentos do bairro São Judas Tadeu, Heloísa Helena Cabral de Carvalho, destaca a necessidade de ser estabelecida uma parceria entre a comunidade e os policiais para coibir os crimes. "Infelizmente, só conseguimos desenvolver trabalhos com nossas crianças e jovens na praça se a PM estiver vigiando", revela.

Os textos são revisados por Madalena Fernandes