Glamour perdido

Nos anos 30, as pessoas superlotavam as salas de exibi??o

O cinema encantava milhares de pessoas todos os dias. Nas salas de exibi??o da cidade, as poltronas eram disputad?ssimas. Atrasados ficavam de p?. "Em uma ?nica se??o, mais de tr?s mil pessoas superlotavam o Theatro Central", orgulha-se Waltencir Pariezzi, que trabalhou no local por mais de 50 anos.

At? os anos 30, havia uma ?nica sala de exibi??o. O Politeama (foto) se parecia com um circo, que tinha, no lugar do picadeiro, uma tela de cinema. Mas o espa?o come?ou a ficar reduzido para os sonhos dos juizforanos. Assim, as fam?lias ricas decidiram construir um teatro para trazer para Juiz de Fora companhias e filmes que s? podiam ser vistos no Rio de Janeiro. Em 1929, foi inaugurado o Cine-theatro Central. Considerado uma megaconstru??o, o espa?o podia abrigar 2064 pessoas. "Se todos se encantam com ele hoje, imagine naquela ?poca" compara F?bio Nery.

Ao Central, seguiu-se a constru??o de outras salas de exibi??o. Na d?cada de 50, existiam 15 cinemas em Juiz de Fora: Excelsior, Palace, Festival, Gl?ria, Popular, Rex, Paratodos, Auditorium, Real, Para?so, Instituto Jesus, S?o Mateus, S?o Lu?s e Palace. O S?o Lu?s foi o ?ltimo a fechar suas portas. J? o Palace foi recentemente reinaugurado, com duas salas de exibi??o. Al?m deste, h?, atualmente, apenas outros quatro cinemas na cidade: Santa Cruz , Star, Veneza e Jo?o Carri?o. Waltencir lementa: "Hoje as salas s? ficam cheias quando o trailler aparece na TV".

Uma figura conhecida na cidade e cuja import?ncia s? foi reconhecida recentemente foi Jo?o Carri?o. Sem ele, boa parte da hist?ria de Juiz de Fora teria se perdido. Atazanava todos. Onde houvesse alguma comemora??o, l? estava ele, com uma c?mera filmando tudo: carnaval, prociss?es, festas religiosas. Foi pioneiro na concep??o do que ficou conhecido mais tarde como curta-metragem. Possu?a um cinema na Avenida Get?lio Vargas, chamado Popular.

Waltencir Pariezzi descreve as perip?cias dos jovens na frente dos cinemas. "A fila boba causava muita gra?a". Era o meio que os estudantes tinham para reclamar do aumento do pre?o do bilhete. "Eles entravam na fila, mas n?o compravam ingresso. Quando chegava a vez, sa?am e retornavam ao final. Queriam s? tumultuar", conta Pariezzi, rindo das lembran?as.

"Naquele tempo, a vida n?o custava caro, n?o havia viol?ncia e as fam?lias eram mais unidas", garante Nery, com ar saudosista. Realmente, os tempos n?o s?o os mesmos. A gra?a e o fasc?nio do in?cio do s?culo s? existem hoje nos sonhos dos mais velhos ou nas p?ginas dos antigos livros de hist?ria.


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