Precariedade na infraestrutura das áreas rurais é apontada durante audiência pública

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Segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011, atualizada às 18h40

Precariedade na infraestrutura das áreas rurais é apontada durante audiência pública

Aline Furtado
Repórter

Assoreamentos, estradas mal conservadas, falta de sinal de telefonia móvel e de coleta de lixo. Estes foram alguns dos problemas apontados por moradores de áreas rurais de Juiz de Fora, como Torreões, Pirapetinga, Toledos, Sarandira, Igrejinha e Palmital, durante audiência pública realizada na Câmara Municipal de Juiz de Fora (CMJF) nesta segunda-feira, 21 de fevereiro.

De acordo com o vereador proponente do encontro, João Evangelista (João do Joaninho - DEM), as condições da estrada de Pirapetinga, que liga Torreões a Pirapetinga estão críticas, o que dificulta o acesso da comunidade. "Os problemas surgiram a partir da criação, por parte de uma grande empresa, da Usina Hidrelétrica de Picada em Torreões."

Entre os problemas apontados pelo legislador está a redução da largura da estrada. "Antes tínhamos uma estrada de dez metros, hoje, a estrada não passa dos sete metros. Isso porque o mato tomou conta, o que dificulta, inclusive, a visualização de placas de sinalização. Além disso, as margens da estrada estão tomadas por rachaduras e deslizamento de terra."

Além disso, a falta de sinal de telefonia celular também é alvo de crítica. "Infelizmente as operadoras não veem lucro na zona rural. Com isso, a população fica sem sinal e tem dificuldade de comunicação." A moradora de Palmital, Jucinéia Bandeira, lembra que, além do fato de o telefone celular não funcionar, os orelhões apresentam problemas constantemente.

Para Evangelista, o grande temor é que as comunidades rurais fiquem isoladas devido à precariedade de infraestrutura das estradas. "Quando chove, as vias ficam alagadas e ocorrem inundações." Outro problema apontado pelos moradores de Pirapetinga foi a falta de coleta de lixo. "Tínhamos recolhimento a cada 15 dias. Agora o lixeiro passa uma vez por mês. Será que lá não pode ter dengue?", indaga Pedro de Alcântara.

Já o presidente da Associação de Produtores Rurais de Pires, Isalino Clemente Pereira Filho, reclama da dificuldade de acesso. "Aos finais de semana e nos feriados é comum que os motoristas se recusem a chegar até o ponto final das comunidades, alegando que as condições da estrada não permitem a passagem. Com isso, os moradores precisam andar a pé cerca de cinco quilômetros, em alguns casos."

O secretário de Obras (SO), Jefferson Rodrigues Júnior, destacou que o município apresenta entre 2.300 e 2.600 quilômetros de estradas vicinais. "A responsabilidade por estas estradas é da Prefeitura. Mas é preciso lembrar que ainda estamos no segundo ano de administração. Ainda podemos fazer mais do que já foi feito." Já a representante da empresa responsável pela instalação da usina, Beatriz Martins, afirmou que as reivindicações apresentadas serão repassadas à diretoria do grupo, a fim de que as providências sejam tomadas, evitando os transtornos às comunidades.

O representante da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Alysson Reis, explicou que a regulamentação federal não obriga que a telefonia móvel seja oferecida à zona rural. "Com relação a problemas na telefonia fixa ou nos orelhões, é possível entrar em contato com Anatel." O vereador Flávio Cheker (PT) lembrou que no orçamento aprovado para o ano de 2011 não existe qualquer destinação às reivindicações das comunidades rurais.

Os textos são revisados por Thaísa Hosken