Dicas para mobiliar e decorar sua casa

Nome do Colunista Raquel Campanate 31/08/2019

Deveria ser fácil fazer escolhas para mobiliar e decorar a casa com as possibilidades insondáveis de produtos à disposição para comprar no mercado. São mobiliários, revestimentos e objetos de decoração que atendem em relação à necessidade e estética em variados materiais e acabamentos como vidro, polipropileno, madeira, concreto, plástico, aço, cerâmica. O que importa é o gosto do freguês.

Muitas pessoas, no entanto, não conseguem dirimir suas dúvidas e fazer escolhas mais assertivas para a sua casa. Esse é o seu caso? Então, enumerei algumas etapas que podem gerar um conhecimento sobre suas preferências. Esta reflexão pode ser utilizada para a reforma, decoração de um ambiente e antes de comprar mais item de decoração ou mobiliário. E para que seja eficaz, faça anotações em uma única folha de papel, inclua recortes de revista e faça legenda com cores preferidas. Assim você pode analisar todas as informações.

1. Liste os mobiliários e adornos que você já possui e deseja continuar, ainda que precisem de uma reciclagem (como pintura, estofamento e marcenaria).

2. Relacione os itens (mobiliários e adornos) que gostaria de ter no ambiente, mesmo que não seja possível adquirir agora. Os descreva com mais informação possível. Exemplo: cadeira de madeira com palha e alguns porta-retratos de variados tipos e cores.

3. Se pretender descartar alguns móveis e objetos reflita os porquês disso, pois pode mostrar evidências sobre o que mudou na sua vida e na sua percepção estética, não fazendo mais sentido retornar com esse estilo.

4. Pense no dia a dia: nas pessoas que irão utilizar o espaço; frequência do uso; a quantidade de itens que precisam ficar guardados ou expostos e quais são as funções desse espaço. Exemplo: uma sala de estar pode ser apenas uma passagem, com pouco uso ou o local preferido para relaxar – assistir TV, ler livro ou onde reúne a família ou amigos para conversar.  

 

Quanto mais for utilizado, mais desafiante será manter todos os itens organizados e a quantidade pode pesar o ambiente. Por isso é característica do estilo escandinavo cores claras e madeiras mais leves porque nos países nórdicos as pessoas ficam mais tempo em casa por causa do frio e precisam de ambientes aconchegantes, mas menos sobrecarregados visualmente.

5. Pense em termos de conforto e função: as pessoas que o utilizarão sentem mais frio ou calor, preferem ambientes mais iluminados ou menos? Pense em questões de saúde (exemplo, alergias), que podem interferir na escolha dos materiais.

A madeira além de reter o calor, psicologicamente traz sensação de ambiente mais aquecido. Assim como os materiais que imitam madeira. Tapetes e cortinas de tecido não são indicados para alérgicos. A iluminação artificial pode ser trabalhada com mais fontes de luz e utilização de cores claras nas paredes e superfícies.

6. Agora é hora de trazer personalidade ao ambiente, digo, deixá-lo com a sua cara. Aposte no seu próprio repertório cultural, nas referências para criar seu próprio estilo, registrar sua identidade e memória afetiva. Se inspire nas lembranças de casa de amigos, restaurantes, hotéis, em revistas. Relacione coisas que você gosta e objetos que gostaria de expor como enfeites, fotografias, velas, quadros, livros, flores, cerâmicas, bebidas, pratos, esculturas, peças de vidro, caixas, cestos, lembranças de viagens, arte. Escreva os elementos, texturas e materiais que aprecia como mármore, espelho, tijolo aparente, grafite e papel de parede.

7. Você consegue encontrar uma palavra para definir o sentimento que gostaria que esse ambiente exprimisse? O que te faz sentir-se bem num ambiente? Você pode pensar em termos como luxo, aconchego, simplicidade, claridade, rico em história, colorido, branco, cheio de vida, espaço, entre outros. Essa definição tem a ver com o seu íntimo e ela pode perpassar todas suas escolhas.

Se, por exemplo, você pensou em “espaço”, por menor que seja o ambiente, a circulação, a sensação de vazios e os espaços livres serão muito importantes. Então, escolhas mais adequadas poderiam ser mobiliários multifuncionais, um objeto de decoração de destaque ao invés de vários, mobiliários que transmitem leveza como poltrona de madeira estilo escandinavo. 

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8. Para definir cores: existe um conjunto de cores que definem o ambiente de forma mais global, que vai criar a sensação global. Por exemplo, a partir de uma paleta de cores sóbrias como branco, off white e bege, o mobiliário, tapete, revestimento, decoração tende a ter cores mais neutras também. Pode, porém, existir uma cor ou estampa para complementar (geométrica, floral, orgânica) para contrapor, quebrando a monotonia visual ou para destacar um objeto. Exemplo: uma poltrona de cor mais viva, almofadas com estampa, um objeto de arte.  Repare nas cores que despertam a sua atenção, observando as cores do ambiente de uma forma geral e as que estão em detalhes.  

Na próxima matéria, vou escrever sobre alguns estilos e suas características, mas são padrões que não interessam ser copiados, mas usados como referência. Hoje, os espaços são democráticos. E, como última dica: não tenha medo de errar, ousar e ouvir a voz do seu coração! A casa é um lugar sagrado, onde a liberdade é a marca principal. Confie no que você gosta e dê seu toque pessoal.

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