Para apresentar a experiência de implementação da Agenda 2030 do Programa das Nações Unidas (ONU) nas cidades de Niterói (RJ), São Paulo (SP) e Belo Horizonte (MG), e indicar meios para alcançar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), um workshop foi realizado no Prédio da Prefeitura de Juiz de Fora, ao longo desta terça-feira (30). Além das palestras, foi iniciada a capacitação para a segunda etapa do levantamento de dados realizada pelo programa Territórios da Cidadania. Em um primeiro momento, foi aplicado o Mapa Rápido Participativo, metodologia que registra temas ligados à infraestrutura, habitação e os serviços públicos em 139 microterritórios, além dos distritos rurais de Caetés e Sarandira.
Essa primeira etapa da coleta de dados está em fase de tabulação de resultados. Não foi informada a data de divulgação de resultados. Por meio das informações qualificadas levantadas pelas equipes, a administração terá um retrato da realidade dos microterritórios, nos quais se encontram as pessoas em situação de maior vulnerabilidade social, segundo a oficial nacional do ONU-Habitat para o Brasil, Rayne Ferretti Moraes, a iniciativa colhe dados aprofundados.
"Com essas informações, será possível pensar projetos específicos, políticas públicas específicas, que respondam às prioridades de cada área. As metodologias que trazemos para Juiz de Fora, buscam identificar as diferenças entre esses microterritórios. Uma política pública igual para todo mundo pode não ser o melhor caminho", explica Rayne.
Ao longo desta semana, as equipes de coleta serão capacitadas para aplicar a segunda metodologia. Essa fase visa a traçar um perfil socioeconômico dos moradores dos microterritórios, o que inclui perguntas sobre Educação, Saúde, acesso à Cultura, Esporte e características sociodemográficas das famílias. A pesquisa é amostral. Os aplicadores do questionário visitam os domicílios uniformizados com camisa, crachá, colete. A equipe é composta por 12 assistentes e três supervisores de trabalho de campo. No início da próxima semana, será realizado um pré-teste.
O trabalho, que é feito em parceria com a Secretaria de Planejamento do Território e Participação Popular (Seppop), terá divulgação nos meios de comunicação e, também, em pontos estratégicos, como nos ônibus da cidade, conforme o titular da pasta, o secretário Martvs das Chagas. "Não tem como falarmos em políticas públicas, não tem como falarmos que vamos fazer um planejamento em gestão voltado para as pessoas mais vulneráveis, sem termos dados da população. Esse levantamento traz uma grande riqueza de detalhes e de diagnóstico", garante.
Os dados, conforme Martvs, servirão como o principal instrumento de gestão da prefeitura, que norteará as ações de todas as secretarias, a partir da indicação das demandas de cada localidade. Sobre as dificuldades de ação, por conta de um período econômico marcado por dificuldades e pela pandemia de Covid-19, o secretário afirmou que o compromisso de escuta da cidade assumido pela gestão está expresso desde a construção do Plano Plurianual (PPA), no início de 2021, mesmo com a emergência em saúde. "Acredito que, com esse levantamento em mãos, vamos conseguir fazer uma gestão muito profissional".
Com a presença do oficial sênior internacional do ONU-Habitat para Brasil e Cone Sul, Alain Grimard, o trabalho com dados é muito importante para mudar a realidade das pessoas. "Por meio desse projeto, conseguimos cobrir todos os temas: educação, saúde, esporte. Isso ajuda na criação de sinergia e coesão na definição intersetorial das políticas públicas. É um desafio, mas a Prefeitura tem uma boa posição para concretizá-lo", avalia.
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