Juiz de Fora acumula 3309 vítimas de violência doméstica entre o período de Janeiro a Setembro deste ano. Já em relação a outros crimes como a furtos e roubos consumados o municipio atinge a marca de 5.304 vítimas nos nove meses de 2022. Os dados são da Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (SEJUSP).
Em meio a insegurança, principalmente entre as mulheres, formas de defesa pessoal tem sido uma busca recorrente entre o público em casos de assaltos ou de agressão. Uma dessas modalidades é o Krav Maga. Criado na década de 40, em Israel, por Imi Lichtenfeld e trazido para a América Latina, a modalidade, que não tem competições nem regras, foi criada para que qualquer pessoa, independentemente de tamanho, idade, sexo ou porte físico pudesse se defender de um ou mais agressores, armados ou não.
As técnicas da luta são simples, rápidas e objetivas. Os movimentos buscam atingir os pontos sensíveis e vitais do corpo do agressor. O treinamento, feito por profissionais habilitados, simula situações próximas à realidade para preparar o aluno tanto fisicamente como psicologicamente para controlar seu medo e suas reações.
Em Juiz de Fora, será realizado neste domingo (20) o Workshop KRAV MAGA – PROTEÇÃO A TERCEIROS. O evento será promovido pela Federação Sul Americana de Krav Maga, referência mundial em qualidade e a precursora do Krav Maga na América Latina e será ministrado pelo Mestre Renato da Costa, um dos únicos 7 mestres de Krav Maga da América Latina, com mais de 30 anos de treino de prática em Krav Maga.
De acordo com o mestre, o Krav Maga é uma técnica puramente de defesa pessoal – e não uma prática esportiva de competição e, por isso, é uma ferramenta muito eficiente para ajudar as pessoas a encarar as questões de violência do dia a dia.
"A técnica estimula o aumento do campo de visão, a capacidade de avaliação de situações eminentes de acontecer, a contornar situações de risco, a evitar o confronto, se possível, o que normalmente dentro das artes marciais não se estimula. O nosso objetivo não é medir força com o adversário, mas sim, conseguir voltar vivo para casa."
Pontos sensiveis do corpo são os alvos principais para imobilizar o oponente dentro do Krav Maga, como ensina o instrutor. "A combinação do controle emocional com as técnicas simples e eficientes do Krav Maga, que buscam neutralizar o agressor, atingindo seus pontos sensíveis e vitais, como olhos, nariz, garganta, região genital etc, faz com que o praticante esteja apto para sair de qualquer situação de violência."
Renato Costa também relata que a violência é generalizada nos dias atuais e não se restringe às mulheres. O que acontece, segundo ele, é que a mulher vivencia violência dentro de casa, do núcleo familiar. O Krav Maga ajuda a fazer com que elas entendam sobre a necessidade da proteção individual e compreendam que há maneiras de se defender sozinha de agressores maiores e mais fortes do que ela.
"Hoje, 30% dos alunos da Federação são mulheres. Elas têm procurado muito o Krav Maga por alguns motivos. Mas nossos treinamentos não fazem distinção de sexo. As pessoas precisam entender que a gente não escolhe quem vai nos agredir e precisamos estar preparados para o que vier, independente de nosso tamanho, sexo ou força física."
Ainda de acordo com ele, o Krav Maga traz benefícios psicológicos e comportamentais essenciais como a melhora a autoestima, a autoconfiança, a atenção, o foco e, o principal, transforma a relação das mulheres com o medo.
"Quando as mulheres começam a praticar a modalidade, mudam a sua relação com o medo, adquirindo autoconfiança, aumentando o autocontrole nas situações de estresse e de violência e se capacitando para cuidarem de si e da sua família. Ao passar a dominar a sua reação frente ao medo e a insegurança, ela muda de postura e, muitas vezes, só essa mudança já faz com que agressores percebam que ali, naquela pessoa, não há uma possível vítima."
Mulheres vitima de violência já procuraram o treinador relatando que já passaram por situações de agressão. Após terem passado pelo Krav Magá, elas passaram a ter mais confiança em si mesmas, além de colocarem em prática as técnicas usadas dentro da modalidade.
"Elas se sentem mais confiantes, seguras de si, focadas e capazes de zelar por sua segurança e pela segurança de seus filhos, por exemplo. Temos muitas alunas que vieram nos procurar por que já sofreram algum tipo de violência, seja assédio, assalto ou mesmo agressão propriamente dita. Também temos relatos de alunas e alunos que, infelizmente precisaram usar a técnica para se defender. Mas em grande parte dos casos, a mudança de postura de quem está preparado e atento já faz com que o atacante desista de escolher essa pessoa como sua vítima."
O treinamento ocorre às 08h da manhã do dia 20 de novembro na Academia C.E.K.S, que fica localizada na Rua Morais e Castro, 381, no bairro Alto dos Passos. As inscrições podem ser feitas atravé deste link.
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