A penitenciária Ariosvaldo Campos Pires, em Juiz de Fora, opera atualmente com cerca de 1100 detentos, sendo que a capacidade máxima é para 400. A informação foi divulgada pela vereadora Talia Sobral (PSOL) em audiência pública realizada realizada na tarde desta quinta-feira (4).
Ainda de acordo com a vereadora, a Comissão dos Direitos Humanos, proponente da audiência e representada pelos vereadores, Bejani Júnior (PODEMOS), Cida Oliveira (PT), Laiz Perrut (PT) e Talia Sobral (PSOL), realizou uma visita técnica na última semana na penitenciária e um relatório com várias demandas foi feito, entre as principais demandas estão a super lotação, baixo número do quadro de servidores, dificuldade de ressocialização, problema com a redução nos horários de visitas, número de agentes insuficiente para garantir que visitas aconteçam nos horários, saúde primária, alimentação estragada, entre outras situações.
"Fizemos uma visita para verificarmos as obras do Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) e estamos acompanhando de perto toda a situação. Na Ariosvaldo, uma cela para 12 pessoas estava com 40. Estamos falando sobre vida, sobre pessoas e estamos falando de um local que não é adequado nem para trabalho e nem para os detentos", completa a vereadora.
Um dos principais temas abordados na audiência foi sobre as comidas estragadas que estão sendo entregues com frequência no local. Como noticiado pelo Acessa, a empresa Servir, de refeições industriais que atende Juiz de Fora e região entregou refeições impróprias para consumo na Casa do Albergado de Juiz de Fora e na Penitenciária José Edson Cavalieri. A informação foi confirmada ao Portal pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).
A Servir não enviou um representante para audiência e nem se manifestou em relação as comidas estragadas.
A vereadora Cida Oliveira (PT), além dos problemas com comidas, falta de pessoal, há também uma estrutura com muitos problemas, como mofo.
"Observei em Juiz de Fora que a política de encarceramento deu errado, estamos indo na contramão dos direitos humanos, com alimentação estragada, morte de detentos, super lotação, diminuição do horário de visita, envio de sedex aos detentos que não chegam até eles, entre outras coisas. Uma infraestrutura arrasada, tetos com mofo, lixo no entorno , marmitas jogadas no chão, cascas de frutas, saquinhos de leite, não há corrente de ar dentro das celas, sem condições de sobrevivência, de respirar, de viver. Os banheiro é vergonhoso, na verdade não é banheiro, são vasos , não tem chuveiro é um jato de água", afirma Cida.
A vereadora Laiz Perrut (PT) afirmou ter ficado totalmente assustada com a situação da penitenciária e informou que todos precisam de uma resposta do Governo de Minas.
O vereador Bejani Júnior (PODEMOS), destacou que sua experiência na é mais próxima que gostaria, "meu pai passou pelo sistema prisional. Eu via lá, sábado, domingo de manhã muitas pessoas idosas esperando as 5h da manhã para entrar. Agora quando a empresa entrega uma comida estragada é responsabilidade não só da empresa, mas do estado que não cobra", completou.
O Governo do Estado não enviou um representante para dar resposta aos questionamentos. A Câmara irá encaminhar o relatório da audiência para os responsáveis.
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