Caminhoneiros protestam por melhores condições de trabalho

Até o início da tarde desta terça-feira, 2 de julho, cerca de mil caminhoneiros aderiram ao protesto no trecho da BR-040, que corta o município de Juiz de Fora

Andréa Moreira
Repórter
2/07/2013
Manifestação dos Caminhoneiros

As manifestações que começaram nas ruas das cidades do Brasil; desde a última segunda-feira, 1º de julho, chegou também às estradas do país. A paralisação geral dos caminhoneiros já atinge diversos estados. Somente em Minas Gerais, nove pontos das rodovias federais estão bloqueados, entre eles, o trecho da BR-040, entre o quilômetro 807 e o trevo de Matias Barbosa. Até o final da manhã desta terça-feira, 2, cerca de mil caminhoneiros que transitavam neste trajeto, aderiram ao protesto. "Estamos com uma adesão muito boa. Afinal, estamos reivindicando melhorias para nossa classe," explica o caminhoneiro e um dos organizadores do movimento em Juiz de Fora, Marcos Cesca.

Neste trecho, as duas pistas sentido Rio de Janeiro e Belo Horizonte estão paradas, porém os manifestantes liberaram os acostamentos para o tráfego de carros, ônibus e automóveis de pequeno porte em geral. "Não estamos aqui para prejudicar a população. Apenas queremos que o Brasil entenda os sofrimentos que enfrentamos todos os dias nas estradas deste país," destaca Cesca.

De acordo com o agente da Polícia Rodoviária Federal, André Luiz, o protesto acontece de forma tranquila, sem violência ou tumulto. "Estamos negociando para que a liberação da pista aconteça o mais rápido possível, mas tudo ocorre de forma ordeira." O policial ressalta ainda para que as pessoas que não têm necessidade de viajar, fiquem em casa. "O trânsito flui, mas de forma muita lenta. Então quem puder evitar viajar, é bom que o faça."

Reivindicações

Segundo o Movimento União Brasil Caminhoneiro, as principais reivindicações da categoria são: subsídio no preço do óleo diesel; isenção para caminhões do pagamento de pedágios em todas as rodovias do país; criação da Secretaria do Transporte Rodoviário de Cargas, vinculada diretamente à Presidência da República, nos mesmos moldes das atuais secretarias dos Trabalhadores e das Micro e Pequenas Empresas; votação e sanção imediata do Projeto de Lei que aprimora a Lei 12.619/12, conhecida como Lei do Motorista. Em nota divulgada pelo movimento, se as duas primeiras reivindicações fossem atendidas, os preços dos alimentos e produtos iriam sofrer redução.

Particularmente, os caminhoneiros que estão parados na BR-040, próximo a Juiz de Fora, também reivindicam o fim da restrição de subir a serra de Petrópolis das 4h às 10h, nos dias úteis e das 8h às 14h, aos sábados. "Estas medidas apenas atrapalham nosso trabalho. O que deveria ter na verdade, é investimento do Governo nesta e nas outras rodovias do país," destaca Cesca.

A nota divulgada pelo movimento afirma ainda que a paralisação irá encerrar às 6h, desta quinta-feira, 4. Porém os manifestantes que estão em Juiz de Fora, afirmam que só terminam o protesto, quando todas as exigências forem atendidas. "Não vamos arredar o pé daqui, enquanto o Governo não olhar para nossa categoria e nos tratar como trabalhadores, pais de família. Nós carregamos este país nas costas, prejudicando nossa saúde, correndo vários riscos e o Governo não reconhece isso. Queremos que entendam que sem caminhão o Brasil para," desabafa Cesca.

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