Mulheres de Juiz de Fora

Marilda de Menezes Ladeira

Marilda Ladeira A escritora, jornalista e artes?, Marilda de Menezes Ladeira, nasceu em Belo Horizonte, casou e veio para Juiz de Fora em 1951. Revolucion?ria, ainda na capital, j? causava alvoro?o saindo de camisa, cal?a e gravata nas ruas.

O gosto pelas palavras come?ou cedo. Marilda atribui ao pai telegrafista, grande parte da influ?ncia. Aos 12 anos, ela tem seu primeiro emprego no cart?rio em que o pai trabalhava. Na ocasi?o, ela escrevia ? m?quina. "Gostava de amarrar o cabelo com a fita da m?quina de escrever", lembra.

Ela colocava selo nas escrituras, feitas em livros de mais de oitenta cent?metros. "Era como se eu presenciasse a compra do mundo. O grandes neg?cios passavam pelas minhas m?os", conta. O trabalho era ao lado de um jornal e a sua casa em frente a outro. Ela costumava freq?entar as reda?es para pegar as bolinhas de gude resultantes do processo de confec??o do jornal.

Paix?o pelas letras
Marilda Ladeira Aos nove anos, foi destaque na classe escolar e recebeu o diploma do ensino b?sico de Get?lio vargas. De 14 para 15 anos, recebeu o pr?mio "Trist?o de Ataide" por sua monografia Machado de Assis.

Na juventude, participou do time de v?lei do Minas T?nis Club e foi campe? de salto em rolo. Pensava em cursar Educa??o F?sica. Mas pegou justamente a mudan?a do ensino formal que institu?a mais tr?s anos de estudo, ap?s o gin?sio, antes do vestibular. A pessoa podia optar pela cl?ssico ou pelo cient?fico.

"Eu queria arquitetura ou filosofia, mas minha m?e tinha medo de eu fugir com o namorado de casa. Ela era completamente apavorada com a minha loucura", conta a poeta. Como n?o se via como normalista, a op??o mais ?bvia para as mulheres, Marilda acabou n?o fazendo faculdade na ?poca.

Com o casamento com um m?dico, Marilda foi morar em casinhas do Hospital Jo?o Penido, especializado em tuberculose. ?O lugar era completamente deserto e tudo vinha do almoxarifado do hospital, inclusive os alimentos. Tinha medo. A tuberculose era o horror da ?poca?.

Em 1967, Marilda formou a primeira ag?ncia de publicidade, pesquisas e promo?es do interior, a Prevendo. L?, chegou a ter 22 funcion?rios e fez os primeiros filmes publicit?rios para a extinta TV Industrial. Em 1968, a ag?ncia produzia um jornal de variedades di?rio ao vivo de uma hora na TV. ?Fomos uma turma de pioneiros. Eu era proibida de participar das reuni?es da Associa??o Industrial por ser mulher?, conta.

Mulher da comunica??o
Marilda Ladeira Em 1973, Marilda Ladeira formou em jornalismo e publicidade pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Ainda durante o curso, ela e outros colegas fizeram o primeiro trabalho da cidade sobre Carri?o, o que lhes rendeu o pr?mio Parker Pen do Brasil.

Quando a Globo veio para Juiz de Fora, chamou o s?cio de Marilda, Paulo Rezende Costa, para trabalhar. A Prevendo se dissolveu. Marilda foi fazer parte do grupo de jornalistas que fundou a Tribuna de Minas.

Um outro grupo de intelectuais fez parte da vida de Marilda, o N?cleo Mineiro de escritores - NUME, que tinha nomes como Pedro Nava e Rangel Coelho.

Em rela??o ? mulher, a escritora pensa que o avan?o foi muito grande. "Mas ainda tem uma legi?o de homens que acham que a mulher ainda est? em d?vida com eles", analisa e completa: "O homem deixou de ser prioridade, mas o pre?o tem sido muito alto para mulher. Com a liberdade, ela est? tendo de desempenhar o papel dobrado em v?rias atividades que exigem dedica??o constante. A perda maior foi para a fam?lia".

Para a jornalista, o mais importante na vida ? a palavra. "Ela tem o sentido da comunica??o, carrega uma carga enorme de sentimento, sentido expl?cito e impl?cito. Ela identifica e esclarece a mensagem". Marilda ladeira lan?ou dois livros independentes e participou de seis colet?neas. Por mais de quinze anos trabalhou no Pr?-M?sica, lan?ando pintores diversos nas galerias da escola. Atualmente, arrisca-se na pintura e j? surpreende as professoras.


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