Crimes por extorsão

Perigo ao telefone Pol?cia Civil de Juiz de Fora registra aumento de mais de 600% nas tentativas de extors?o por telefone

Clique no ?cone "v?deo" e assista ao delegado da Pol?cia Civil Rodolfo Ribeiro Rolli falando sobre as caracter?sticas dos crimes de extors?o. Ele d? dicas para evitar o golpe.

A hist?ria ? conhecida, mas muita gente cai na l?bia dos profissionais da extors?o. O telefone ? a arma preferida desses bandidos que tentam arrancar dinheiro das pessoas sob a amea?a de um suposto seq?estro. Os n?meros da Pol?cia Civil de Juiz de Fora apontam um aumento de 623% na pr?tica, at? novembro de 2006, em rela??o ao mesmo per?odo do ano passado. No total, foram 21 casos registrados oficialmente em 2005, mas esse tipo de crime ficou comum na cidade em 2006, com 131 registros de tentativas e somente uma efetivada.

Para o delegado da Pol?cia Civil de Juiz de Fora, Rodolfo Ribeiro Rolli (foto abaixo), a extors?o por telefone ? estimulada pela facilidade de acesso aos celulares, principalmente em pres?dios. "Em geral, os bandidos ligam a cobrar de dentro das cadeias", observa. Embora o n?mero de ocorr?ncias tenha crescido significativamente este ano, o delegado afirma que algumas v?timas deixam de comunicar a Pol?cia. "H? muitos que t?m vergonha de contar sobre o golpe, fato que limita as nossas investiga?es", diz.

Baseado no depoimento das v?timas, o levantamento da Pol?cia Civil mostra que a maioria das liga?es ? originada nos estados do Rio de Janeiro e S?o Paulo.

A a??o dos golpistas

A estudante universit?ria, Aline Le?o, 22 anos, passou pela situa??o em abril deste ano, quando um homem ligou a cobrar para a sua resid?ncia e disse que o seu pai, o professor Eduardo Le?o, havia sofrido um acidente de carro em uma estrada pr?xima a Juiz de Fora. O segundo telefonema desmentiu o desastre, mas deu lugar ao seq?estro. "Disseram que ele estava preso com os seq?estradores e fiquei apavorada, pois nessa ?poca, ainda n?o havia se popularizado esse tipo de golpe", relembra Aline.

As negocia?es duraram cerca de cinco horas e os golpistas fizeram uma s?rie de exig?ncias, pedindo para que a estudante desligasse o telefone celular, n?o chamasse a pol?cia e nem pedisse a ajuda de parentes. Dessa forma, eles mantiveram a universit?ria no telefone fixo de sua resid?ncia e impedida de receber qualquer telefonema do pai, que estava dando aula na Universidade Federal de Juiz de Fora.

CARACTER?STICAS DO GOLPE
1) Liga??o a cobrar
2) Identifica??o como policiais
3) Confirma??o de acidente com um familiar
4) Situa??o desmentida
5) Revela??o de um poss?vel seq?estro
6) Tentativa de extorquir dinheiro ou bens

Uma coincid?ncia tamb?m marcou o caso de Aline, j? que no dia o pai n?o foi almo?ar em casa e nem conseguiu avisar a filha. "Como ele n?o apareceu, tentei ligar, mas o celular estava desligado. Da? passei a acreditar neles" . O primeiro valor pedido pelos bandidos foi de R$ 10 mil, no entanto foi negociado pela jovem v?rias vezes, chegando a R$ 2 mil.

A cidade de Tr?s Rios (RJ) foi o local escolhido pelos bandidos para a entrega do dinheiro. Al?m do valor, os golpistas pediram que a estudante levasse at? o local um telefone celular de cart?o com um cr?dito m?nimo de R$ 50 para, possivelmente, aplicarem outros golpes.

Aline chegou a sacar o dinheiro no banco e pegou um t?xi em dire??o a Tr?s Rios. Assim que chegou na cidade, resolveu ligar o celular e seu pai chamou em seguida, pois havia acabado de sair da Universidade. A estudante explicou a situa??o ao pai que desmentiu todo o caso. "Foi uma sorte grande eu ter ligado na hora certa", diz Eduardo Le?o.

Saiba como n?o cair no golpe

O crime de extors?o por telefone j? est? se tornando comum em todo o pa?s. O mesmo caso aconteceu com Eduardo Le?o no segundo semestre deste ano, na cidade de Cabo Frio (RJ). "Me ligaram a cobrar e disseram que havia ocorrido um acidente com minha fam?lia. Comecei a brincar com o golpista e eles logo desligaram o telefone", recorda.

Para n?o cair no golpe do seq?estro, o delegado Rodolfo Ribeiro Rolli (foto acima) aconselha que no momento do telefonema sejam feitas perguntas chaves, que desvendem a possibilidade de seq?estro. "A melhor alternativa ? pedir para falar com a pessoa seq?estrada", orienta. Caso n?o seja vi?vel, h? como investigar a originalidade do crime, fazendo perguntas de ordem pessoal, baseadas em caracter?sticas f?sicas: "Como ? o rosto dele?", "Cabelo?", "Cor dos olhos?", por exemplo.

Ainda assim, ? importante manter a calma e n?o se deixar "entrevistar", respondendo perguntas que ir?o ajudar os bandidos. Em alguns casos, a Pol?cia observou que os golpistas ligam comunicando o acidente e pedem para o parente confirmar dados. Logo ap?s, anunciam o seq?estro, j? com um perfil da v?tima. Contudo, como a situa??o dos familiares torna-se tensa, muitas das vezes eles n?o associam as estrat?gias usadas por essas pessoas.

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