Quinta-feira, 4 de junho de 2009, atualizada às 18h40

Motoristas e cobradores recusam reajuste de 6,68%, mas descartam Operação Tartaruga

Guilherme Arêas
Repórter

Os motoristas e cobradores dos coletivos urbanos de Juiz de Fora recusaram o reajuste de 6,68%, proposto pela Astransp na reunião da última quarta, dia 3 de junho, no Ministério do Trabalho. Durante a assembleia da categoria na manhã desta quinta-feira, 4, os trabalhadores foram unânimes na votação contra o percentual oferecido. A proposta da Astransp elevaria o salário dos motoristas de R$ 902 para R$  962,25. Já os cobradores passariam a ganhar R$ 481,12. A categoria reivindica, entretanto, aumento salarial de 11,86%. Embora não tenha sido votada, a Operação Tartaruga para esta sexta-feira foi descartada pelo sindicato.

O advogado do Sinttro, João Fernando Lourenço, afirmou que a Astransp demonstrou disposição em negociar um reajuste maior aos trabalhadores, caso as passagens de ônibus sofram um aumento. Porém, o advogado ressaltou que não cabe ao sindicato discutir o valor das passagens.

Com a reprovação da proposta salarial, a equipe de negociação do sindicato será reforçada, com dois representantes de cada uma das oito empresas de ônibus. Na tarde desta quinta, os motoristas tiveram mais uma rodada de negociações com a Astransp, mas os empresários não ofereceram uma contraproposta. Na sexta, dia 5, a negociação volta ao Ministério do Trabalho. Patrões e empregados sentam-se à mesa às 8h e espera-se que as empresas ofereçam um novo valor de reajuste para os trabalhadores.

Caso as conversas desta sexta não avancem, a tendência é que a categoria siga para o dissídio coletivo. No final de maio, o Sinttro entrou com um protesto judicial no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em Belo Horizonte, para garantir liminarmente a manutenção da data-base da categoria e todas as conquistas do Acordo Coletivo de Trabalho anterior. "Quem deve ter pressa são os patrões e não os trabalhadores. Nossa data-base está garantida em fevereiro deste ano", tranquilizou o vice-presidente do sindicato, Paulo Avezani.

Durante a assembleia, o advogado do Sinttro explicou que a Justiça tem recompensado as perdas salariais dos trabalhadores nos casos de dissídio coletivo. "O melhor é sempre negociar. Mas se não avançarem, o remédio é mesmo o dissídio", disse João Fernando.

Os textos são revisados por Madalena Fernandes