Sexta-feira, 12 de março de 2010, atualizada às 12h

Rodoviários aceitam proposta de reajuste de 8,63% da Astransp

Pablo Cordeiro
*Colaboração

Na assembleia da manhã desta sexta-feira, 12 de março, os rodoviários aceitaram a proposta da Associação Profissional das Empresas de Transporte de Passageiros de Juiz de Fora (Astransp) quanto ao reajuste salarial de 8,63%. O reajuste representa um ganho real de 4,09%. O restante - 4,36% - indica o índice inflacionário do período. Dos 3.200 trabalhadores, cerca de 80 compareceram à reunião.

Com este reajuste, os motoristas passam a receber R$ 1.051,64 e os cobradores, R$ 525,82. Além do reajuste salarial, o Ministério Público também propôs o aumento do tíquete-alimentação para R$ 170, com desconto de R$ 10, representando um reajuste de 6,25%. Além disso, as folgas após o período de 45 dias, que antes eram no domingo e na segunda, passam a ser no sábado e no domingo. Quando houver dobra de turno de no máximo 3 horas, o rodoviário recebe alimentação fornecida pela empresa e, em épocas de festas oficiais do município, um lanche extra. Por fim, o plano de saúde passa a ser válido por um período de seis meses após o afastamento.

Em relação às reclamações de motoristas e cobradores na Secretaria de Transporte e Trânsito (Settra), o sindicato será comunicado. Em caso de multa de trânsito, a empresa será obrigada a fornecer toda a documentação necessária para análise, fato que não ocorria anteriormente. Para o presidente do Sinttro, José Pedro Franco Ribeiro, a proposta representou um avanço para a classe em termos de união. Quanto ao medo da população advindo de um possível aumento do valor da passagem, ele garante que tal fato não irá ocorrer. "O aumento da tarifa foi desvinculado das negociações. É importante deixar isto claro para evitar que a população seja jogada contra os trabalhadores. Pode ser que para julho ou no final do ano este aumento seja discutido."

A culpa não é nossa

assembleiaNa segunda e terça-feira, 8 e 9, quando os rodoviários fizeram a Operação Tartaruga no Centro da cidade, muitas pessoas questionaram a natureza do movimento, alegando que os patrões seriam mais atingidos se os ônibus rodassem normalmente sem a cobrança de passagem. Ribeiro explica que os trabalhadores não estariam protestando. "As portas abertas caracterizam uma fraude. Não está de acordo com nossa reivindicação."

Uma questão levantada pelo porteiro de uma empresa de ônibus, Leonardo Fernandes, e que sempre traz muito desconforto e protesto por parte da população é a demora na troca de turnos dos motoristas e cobradores. "Muitas vezes os trabalhadores são maltratados pela demora na troca, mas o que as pessoas não sabem é que ela é causada por um atraso no envio dos dados cadastrais da Astransp. Neste caso, a roleta trava e, às vezes, o carro até precisa ser trocado", explica. De acordo com o depoimento de diversos profissionais, os atrasos acontecem quase que diariamente e duram de 10 a 15 minutos.   

*Pablo Cordeiro é estudante do 10º período de Comunicação Social da UFJF

Os textos são revisados por Madalena Fernandes