Terça-feira, 19 de abril de 2011, atualizada às 17h46

Atraso na implantação do Restaurante Popular é alvo de críticas

Jorge Júnior
Repórter
audiencia

A implantação do Restaurante Popular, do Banco de Alimentos, a falta de produção local e também a carência em projetos alimentícios voltados para a população foram alvos de críticas nesta terça-feira, 19 de abril, em audiência pública na Câmara Municipal de Juiz de Fora.

De acordo com o vereador que solicitou a audiência, Flávio Cheker (PT), esta já é a terceira reunião para debater a implantação do restaurante. "A obra já podia ter sido concluída há anos." O Legislativo questionou qual é o modelo de gestão adequado para a execução do empreendimento. "O banco de alimentos deveria ter nascido junto com o restaurante." Cheker também ressaltou a carência da produção da região. Segundo o vereador, 90% da população da área urbana da cidade enfrenta problemas rurais no abastecimento. "O Brasil tem sido campeão no consumo de agrotóxico, em 2008 e 2009."

A nutricionista Wanessa Françoise da Silva acredita que o projeto vai ser bom não só para a comunidade, como também para os profissionais da nutrição. "O banco de alimentos e o restaurante popular vão atender a população de Juiz de Fora. O restaurante vai ser uma oportunidade dos nutricionistas trabalharem."

Para a representante do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Minas Gerais (Consea-MG), Margarete Simões, a Prefeitura de Juiz de Fora não está preocupada com a classe pobre. "Queremos alimento de qualidade e sem veneno. O restaurante popular é um direito do povo." Opinião que também é dividida com a representante do Comitê de Cidadania, Terezinha da Silva. "A luta estende-se há muito tempo. Estamos exigindo do poder público que a obra seja concluída", afirma.

Finalização do Restaurante

De acordo com o Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico (SPDE) da PJF, André Zuchi, o projeto do empreendimento apresentava problemas desde quando foi gerado em 2005, no mandato do ex-prefeito Alberto Bejani. Segundo o secretário, todo o plano teve que ser refeito. "Estamos trabalhando para que as obras sejam finalizadas no final de julho ou início de agosto." Zuchi completa. "O governo federal liberou R$ 2 milhões para as obras, e o município vai ter que investir cerca de R$ 2,4 milhões para a conclusão, por isso as obras estão devagar. O governo implanta o projeto, mas não dá total assistência." Já o banco de alimentos vai custar mais de R$ 450 mil para os cofres públicos.

Impasses

Zuchi diz ainda que pesquisas estão sendo feitas, para verificar o impacto que o restaurante vai proporcionar no comércio local. "Temos que avaliar que os restaurantes da região vão sofrer uma queda, que pode gerar até desemprego." Não satisfeito com as repostas apresentadas pelo secretário, Cheker afirmou que a atual administração não está elaborando projetos para os pobres, e que não há interesse do órgão em criar o restaurante. "O município não está investindo no restaurante." O vereador ficou de agendar outra audiência e também pretende criar uma comissão para verificar o andamento do projeto.

Os textos são revisados por Thaísa Hosken