Quinta-feira, 27 de janeiro de 2011, atualizada às 17h

Reintegração de posse é cumprida em Goianá. Cerca de 46 famílias passam a ocupar margens da estrada de acesso à fazenda

Aline Furtado
Repórter
Desocupação da fazenda invadida por integrantes do MST

O pedido para desocupação da Fazenda Fortaleza de Sant'Anna, localizada em Goianá, em um prazo de 60 dias, apresentado pelos representantes do Movimento dos Sem-Terra (MST), foi negado, na última quarta-feira, 26 de janeiro, pela juíza substituta da Comarca de Rio Novo, Maria Lúcia Cabral Caruso.

Não sendo possível prorrogar o prazo, visto que a Vara de Conflitos Agrários de Belo Horizonte já havia determinado, no final do ano passado, a reintegração de posse em caráter de urgência, a decisão de desocupação foi cumprida entre as 6h e as 16h desta quinta-feira, dia 27.

A intervenção contou com a presença de um oficial de justiça, acompanhado por policiais militares, homens do Corpo de Bombeiros, policiais civis, além da Polícia Florestal. As 46 famílias que ocupavam a área da fazenda desde março do ano passado passaram a ocupar as margens da estrada de acesso à propriedade. "Nossa intenção é permanecer aqui, acampados na beira da estrada, acreditando que a Justiça possa reverter a situação, já que as terras foram consideradas improdutivas pelo Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária]", destaca o coordenador do MST Zona da Mata, Edilei Cirilo.

De acordo com o assessor de comunicação social do 2º Batalhão de Polícia Militar, o capitão Rubens Valério, não foi registrado nenhum tipo de incidente durante a operação de retirada. "A determinação judicial foi cumprida de forma pacífica, já que não houve resistência por parte dos integrantes do MST. Como eles passaram a ocupar as margens da via, acionamos o DER [Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais], mas constatamos que se trata de área de domínio público, que não oferece qualquer tipo de risco à vida dessas pessoas."

Os textos são revisados por Thaísa Hosken