Operação Tartaruga dos ônibus causa engarrafamento da rodoviária ao Bom Pastor
Repórter
A Operação Tartaruga, desencadeada às 6h desta quinta-feira, 10 de março, causou um engarrafamento nas ruas de Juiz de Fora que podia ser visto desde as proximidades do Terminal Rodoviário José Miguel Mansur até a altura do bairro Bom Pastor. Além disso, foram registradas filas de ônibus em vias como a avenida Getúlio Vargas e a avenida Francisco Bernardino.
A adesão por parte de motoristas e cobradores chegou a 100% no período da manhã. No início da tarde, segundo informações do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo (Sinttro), cerca de 80% dos trabalhadores estavam desenvolvendo a Operação Tartaruga. "Acreditamos que a partir das 14h a adesão aumente, podendo chegar novamente a 100%", destaca o vice-presidente do sindicato Paulo Avezani, lembrando que a manifestação prossegue até as 17h desta quinta-feira. A orientação era para que os veículos circulem em primeira marcha na avenida Rio Branco, trafegando entre 10 e 15 km/h, além de não ser permitida a ultrapassagem.
"Alguns policiais militares e agentes de trânsito fizeram intervenções com a intenção de aplicar, de forma indevida, multas aos trabalhadores. Com isso, a categoria se solidarizou e parou por cerca de uma hora durante a manhã." Segundo informações da Secretaria de Transporte e Trânsito (Settra), os agentes de trânsito, juntamente com a Polícia Militar (PM), atuaram de maneira a organizar o trânsito, evitando que os veículos impedissem a passagem de outros automóveis em cruzamentos, assim como a parada sobre faixas de pedestres.
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Negociação
De acordo com o vice-presidente, a Associação Profissional das Empresas de Transporte de Passageiros de Juiz de Fora (Astransp) apresentou, nesta quinta-feira, proposta de reajuste de 7,53%. "Mas o percentual já foi rejeitado pelos trabalhadores, que se reuniram em assembleia durante a manifestação desta manhã." Motoristas e cobradores reivindicam aumento salarial de 15%, reajuste do vale-refeição de R$ 160 para R$ 230, além da inclusão no Programa de Participação nos Lucros e Resultados.
Representantes das empresas, do Sinttro e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) deverão se reunir às 14h desta sexta-feira, 11 de março, para tentar um acordo. "Contudo, mesmo com esta sinalização, a Operação Tartaruga deverá ocorrer também na sexta-feira até o momento do encontro. Já a greve, marcada para ser deflagrada na próxima segunda-feira, dia 14, terá seu rumo definido a partir da reunião."
Transtornos
Para a dona de casa, Carmelina Henriques da Silva, moradora do bairro Ipiranga, a manifestação de motoristas e cobradores causou transtornos. "Precisava ir até o Centro resolver algumas coisas e não tenho como ir. O pior é que não posso falar que irei nesta sexta-feira, porque já sabemos que vai ter Operação Tartaruga de novo. Não sou contrária à luta dos trabalhadores pelos seus direitos, desde que isso seja feito sem prejudicar a população."
Já o designer José Roberto Miguel Filho, morador do bairro Santa Cândida, conta que chegou ao trabalho com uma hora de atraso devido à paralisação. "Não me lembrei que havia uma manifestação marcada. Fiquei esperando pelo ônibus por 35 minutos. Quando vi que não aparecia nenhum, resolvi descer a pé. No caminho, consegui um veículo, mas tive que desembarcar antes do local onde desceria, ou seja, acabei me atrasando ainda mais."
Aumenta procura por táxis
Com os ônibus parados, taxistas registram aumento de 100% na procura pelo serviço de táxi. Entretanto, para o presidente da Associação de Condutores Autônomos de Serviço de Táxi de Juiz de Fora, Luiz Gonzaga Nunes da Costa, o aumento na demanda não é motivo para comemoração.
"Não sou contra fazer greve e outras mobilizações, mas os ônibus não deveriam nem sair da garagem porque, se estão em circulação, as pessoas acabam contando com o serviço. Quero trabalhar mais, mas não quero que este dinheiro seja fruto da dificuldade dos outros. Acho um desrespeito com a população. Cadê as autoridades da cidade para tomar uma posição com relação a isso?", indaga Costa.
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