Segunda-feira, 1 de agosto de 2011, atualizada às 19h25

Há dois anos em vigor, Lei Antifumo de Juiz de Fora é considerada bem aceita pela população

Jorge Júnior
Repórter
antifumo

Há dois anos da implantação da Lei Municipal nº 11.813, que proíbe o fumo em recintos coletivos (públicos e privados) de Juiz de Fora, como bares, restaurantes, churrascarias, hotéis, supermercados e estabelecimentos afins, a população juiz-forana acredita que a medida foi benéfica. "Realmente, a proibição em bares melhorou não só o mau cheiro do cigarro como também o ambiente da alimentação", ressalta o dentista Alexandre de Aguiar Bittencourt. Segundo o profissional, a proibição garante um ambiente mais agradável para o público.

A opinião de Bittencourt também é divida com o estudante universitário, André Luiz Pereira. "Melhorou e também diminuiu o número de fumantes nos estabelecimentos em que a ação é proibida", diz. O estudante ressalta, porém, que, em alguns lugares fechados da cidade, o problema só foi transferido de lugar. "Dependendo de onde você está, a fumaça do cigarro atrapalha da mesma maneira. Por mais que os funcionários peçam para que o público pare de fumar, dependendo da pessoa, ela não para." Pereira destaca que, o ato de fumar é de responsabilidade de cada cidadão que, deveria, ter o mínimo de consciência.

O assessor de imprensa de uma casa noturna da cidade, Guilherme Schröder, afirma que, quando a lei entrou em vigor, o clube efetuou todas as modificações necessárias. "Instalamos placas informativas e colocamos cinzeiros nos locais destinados para os fumantes." O jornalista evidencia que a medida foi bem aceita pelos clientes da casa. "Houve muito elogio e as pessoas gostaram da nova lei."

Quem também acredita no benefício é a produtora e assessora de uma casa de show em Juiz de Fora, Juliana Assis. "Quando a lei foi implantada, instruímos os seguranças e colocamos avisos nas TVs da casa." Juliana diz que o público já se acostumou e que a lei foi bem aceita.

Dados da Secretaria de Saúde de Juiz de Fora apontam para o cumprimento da lei. Desde 30 de setembro de 2009, quando a lei foi regulamentada, 30 dias depois de sua publicação, foram registradas 61 reclamações, 57 notificações e nenhuma autuação.

Cerca de 200 mil pessoas morrem por ano no Brasil

Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam que 200 mil pessoas morrem por ano no Brasil em decorrência do cigarro e seus similares, sendo 25% com doenças coronarianas, 45% com infarto agudo do miocárdio, 85% com enfisemas e bronquite e 90% com câncer de pulmão. Segundo Ivander Mattos, um garçom que trabalha em ambiente fechado com fumantes terá, no pulmão, em três horas, uma quantidade de fumaça equivalente a nove cigarros fumados. "É um ônus muito grande para o sistema de saúde", frisou. O subsecretário lembrou que, em Juiz de Fora, o SUS já oferece tratamento para quem quer parar de fumar. É o Serviço de Controle, Prevenção e Tratamento do Tabagismo (Secoptt), que funciona no Pam Marechal e também capacita as unidades básicas de saúde.

Os textos são revisados por Thaísa Hosken