JF é escolhida e acolhe pessoas quem vêm de outras cidades
Tranquilidade e qualidade de vida são apontados como fatores decisivos no momento de escolha por morar na cidade. Contudo, há críticas também
Repórter
31/5/2012
"Eu sou natural de Belo Horizonte, mas escolhi morar em Juiz de Fora por ser uma cidade tranquila", diz o engraxate Mendelssohn Gonçalves, 50 anos, que reside no município há 25 anos.
Segundo ele, seus pais já residiam aqui, mas ele morava na capital mineira, porém, durante uma visita aos familiares, conheceu uma mulher, com quem casou-se e teve dois filhos. "Eu me apaixonei e deixei de trabalhar como motorista para trabalhar como engraxate", diz o profissional que atua todos os dias no Calçadão da rua Halfeld, o coração de Juiz de Fora, há cerca de 13 anos.
Quem também optou por morar no município por conta da qualidade de vida foi a ambulante Márcia Mota. "Eu morava em São Paulo, mas com 18 anos vim tentar a vida na cidade. Deixei meus familiares e mudei para a casa de uma amiga. Trabalhei, como balconista, em lojas do Centro, até que, um dia, consegui montar minha banca de camelô", conta a juiz-forana de coração, que já mora na cidade há 30 anos.
Segundo Márcia, foi na cidade que ela teve seus três filhos e aprendeu sobre a vida. "Passei muito aperto. Não foi fácil começar um vida sem ter ninguém da família por perto para me apoiar, mas eu venci", orgulha-se.
- Secretário estima abertura do Restaurante Popular em 2 de julho
- Troca de motoristas pode ser motivo da falta de táxi em pontos do Centro
- Obras para tratamento do esgoto de JF devem ser iniciadas em até dez dias
Evolução
Mesmo sendo feliz no município, Gonçalves garante que a cidade adotada por ele precisa melhorar muito. "São buracos, pedras soltas nas ruas e falta segurança", diz. Além disso, o engraxate afirma que gostaria que a cidade tivesse mais banheiros públicos. "Não só para quem trabalha nas ruas, mas para os turistas também. Já fui em outras cidades, em que existem banheiros nas vias públicas, o que facilita muito."
A vontade de mudança e de conquista de melhoria também é sentida pelo vendedor de coquinhos Sebastião Custódio de Faria, 83 anos, que trabalha no Calçadão há 34 anos. "Juiz de Fora mudou muito. O número de habitantes cresceu, mas a economia do município não evoluiu. Eu observo, todos os dias, um fluxo maior de pessoas, todo mundo correndo, com pressa, o que é muito diferente de antigamente, quando as pessoas eram mais calmas."
Para Faria, a economia de Juiz de Fora precisa evoluir. "Antes era diferente, na cidade existiam poucas pessoas, mas com dinheiro, agora temos muitos habitantes, mas a maioria não tem uma boa condição financeira. Acredito que esse cenário seja devido à falta de indústrias. Perdemos boas empresas e oportunidades para cidades vizinhas, o que acabou afetando o mercado", opina.
A mudança, como destaca Faria, é notada também no cenário da cidade. De acordo com ele, era a rua Halfeld que concentrava o melhor e mais elegante comércio da cidade, com joalherias, moda e artigos finos para homens e mulheres, louças, livrarias, cinemas, bancos, restaurantes e cafés. "Atualmente, tudo mudou. Lojas populares, vendedores de rua, empresários, bancos, estudantes, manifestações grevistas, bares... É isso que vemos por aqui."
Os textos são revisados por Mariana Benicá
Entre na comunidade de notícias clicando aqui no Portal Acessa.com e saiba de tudo que acontece na Cidade, Região, Brasil e Mundo!