Movimento Não Foi ACIDENTE atinge mais de 950 mil curtidas
Avair Gambel é morador de Juiz de Fora e um dos líderes do movimento que já atingiu mais de 1 milhão de assinaturas
Repórter
11/01/2014
Em setembro de 2011, um acidente de carro mudou a vida de Avair Gambel, varginhense de 33 anos, e radicado em Juiz de Fora. Gambel viu um amigo paulista perder a mãe e a irmã, atropeladas, em cima da calçada, por um motorista embriagado enquanto deixavam um shopping. O atropelador se recusou a fazer o exame de bafômetro, mas, segundo testemunhas, o estado alcoólico era evidente. Após pagar fiança, o homem foi liberado.
Gambel, relata que essa situação lhe levou fundar a causa. "Já é difícil enterrar um parente em situações normais, agora imagina quando não é um acidente? Daí o nome e o movimento Não Foi ACIDENTE. Começou no Facebook, até alcançar a mídia e hoje é o que é. Tudo começou em solidariedade ao meu amigo", comenta.
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O apoio da apresentadora Ana Baria Braga, da TV Globo, foi fundamental. De acordo com Avair, antes do amigo ir até o programa global, o apoio era de cerca de 500 pessoas na página do Facebook. Hoje, o número é superior aos 950 mil. "Foi criado um projeto, uma petição nacional, que está em Brasília e visa as mudanças nas leis de trânsito. Hoje, quem mata no trânsito paga fiança ou cestas básicas e é liberado. De acordo com um levantamento nosso, oito motoristas estão na cadeia por crimes cometidos ao volante. Aí você imagina: todos os dias morrem gente no trânsito, mas ninguém é condenado porque entram nessa brecha da Justiça de que foi um acidente. Mas na realidade não foi. Quando se bebe, você sabe que seus reflexos são alterados, seu raciocínio e sua visão também. É tudo comprovado. Nós buscamos uma mudança nas leis de trânsito, para cinco a oito anos de detenção, em caso de condenação", explica.
Para isso, a petição precisa ter pouco mais de 1,3 milhão de assinaturas. Atualmente, são mais de 985 mil virtuais. "A média de assinaturas depende do acontecimento. Quando aquele rapaz de São Paulo perdeu o braço, mais de 50 mil pessoas se associaram ao movimento. Depois de acontecimentos graves, a comoção popular nos ajuda. Mas é lógico que não queremos que esse tipo de coisa aconteça para que as pessoas se mobilizem", argumenta.
Gambel garante que o movimento não é contra o consumo da bebida alcoólica em si. Mas sim, quando se mistura com a direção. "Todo mundo tem o direito de ir à balada e beber. Mas não acreditamos que seja certo sair dirigindo. Tem táxi, pode ter um amigo que pode ser o motorista da rodada. Buscamos conscientizar a população", diz.
Opinião pública
Lidar com um assunto que interfere diretamente na vida das pessoas é visto de forma tranquila por Gambel. Com apoio político em esfera municipal, estadual e federal, o Não Foi ACIDENTE vai além de apenas informar e lutar pela segurança no trânsito. "A Deputada Federal Keiko Ota apresentou o Projeto de Lei do Movimento Não Foi ACIDENTE na Câmara dos Deputados. Como relator do projeto, a Câmara escolheu o Deputado Federal Hugo Leal, que é o autor da Lei Seca. Estamos aguardando entrar em pauta, mas ainda não tem previsão", afirma.
No site oficial do movimento, é possível encontrar fotos de várias vítimas de acidentes automobilísticos e dos motoristas. Segundo Avair, a atitude dá credibilidade. "O público vê que essas vítimas têm rosto, que elas existem, que a dor da família é real. Mostramos inclusive de quem comete o crime de trânsito, mostrando que não esquecemos deles", garante.
Blitz
As blitz da Lei Seca, segundo Gambel, é uma das coisas que devem ser mais exploradas em Juiz de Fora, pelo menos. "O que é feito aqui na cidade, às 20h, 22h, não é efetivo. Devem ser feitas também nos horários em que as pessoas saem das casas noturnas, às 4h, 5h da manhã. Aí sim teríamos números muito maiores do que estes que estão sendo divulgados", opina. A divulgação dos locais onde estão sendo realizadas as fiscalizações é outro ponto que Avair chama atenção. "A pessoa divulga que está acontecendo a blitz, mas faz um desserviço à população. Em uma parada dessas, pode-se encontrar criminosos. Quando vejo alguém divulgando, postamos na página porque atrapalha o serviço público e burla a lei", concluí.
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