Quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017, atualizada às 18h06

Bloco irregular em Juiz de Fora causa polêmica nas redes sociais

Angeliza Lopes
Repórter
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A criação de um evento carnavalesco nas redes sociais está causando apreensão e polêmica entre moradores vizinhos e os donos do próprio bar que dá nome ao Bloco São Bartô, no bairro São Mateus. A concentração está agendada para esta sexta-feira, 10 de fevereiro, às 21h, em frente ao estabelecimento, na Rua São Mateus. Das 2.100 pessoas convidadas para participar, 1.300 já confirmaram presença. Como descrito no evento, o bloco está sendo organizado por frequentadores do bar, que não deram entrada no edital de solicitação de apoio e alvará da Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa). Por isso, se ele for realizado, será de forma irregular.

Na última segunda-feira, 6 de fevereiro, a direção do bar São Bartolomeu chegou a divulgar uma nota em sua página oficial no Facebook informando que o bloco não tem qualquer vínculo com o estabelecimento e fez uso indevido e não autorizado da marca. O sócio proprietário, Breno Farace Torres, afirma que a situação é 'péssima' para o estabelecimento e se tornou tão grave, que o bar precisará fechar as portas nesta sexta, 10, mais cedo, às 17h.

“Tive que tomar esta decisão após moradores nos procurarem, apreensivos com o evento. Para evitar confusão, vamos fechar no nosso melhor dia de faturamento. Quem criou este bloco não é perfil de cliente que queremos. Eles ficam exclusivamente na área externa e só trazem bagunça para a vizinhança e para nós”, desabafa Torres.

Devido à repercussão, responsáveis pelo São Bartolomeu estiveram em reunião com a Secretaria de Atividades Urbanas (SAU) na quarta, 8, para esclarecer o problema. A SAU diz que na conversa foi esclarecido que o Bloco São Bartô não é patrocinado pelo bar homônimo. Além disso, também ficaram acertadas medidas de segurança, visando preservar a comunidade do entorno, como o fechamento antecipado dos estabelecimentos na sexta-feira. A Secretaria completa que está realizando, em parceria com outros órgãos, como a Settra, Guarda Municipal e Polícia Militar o monitoramento da área com o objetivo de coibir irregularidades.

A Funalfa informa que o bloco não deu entrada no edital de solicitação de apoio e alvará, responsável por regularizar a situação de 65 agremiações que fazem parte da programação do Corredor da Folia. Os pedidos recebidos, entre os dias 12 de dezembro de 2016 e 13 de janeiro de 2017, por meio deste edital foram avaliados por uma comissão especialmente designada, formada por setores da PJF e instituições relacionadas aos eventos, são elas Settra, SAU e Funalfa, PM, Corpo de Bombeiros e Guarda Municipal.

De acordo com a Fundação, a comissão avaliou os pedidos levando em consideração a disponibilidade financeira da Prefeitura, relevância comunitária e cultural do evento, a localização, a necessidade de alterar trânsito e tráfego, o impacto no funcionamento da rotina e do cotidiano da cidade, capacidade de suporte logístico para segurança. Já quem não entrou neste edital não passou pela avaliação desta comissão. O procedimento é gratuito e obrigatório.

A ACESSA.com apurou se o bloco não teria feito contato, solicitando apoio das secretarias fora do edital. Mas, a Settra e SAU informaram que não foram acionadas. A assessoria de comunicação da Polícia Militar (PM) diz que não é legal o fechamento não autorizado de ruas. A redação também tentou contato com responsável pelo evento criado nas redes sociais, mas não obteve retorno até o fechamento da matéria.

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