Funcionários de duas fábricas de móveis de Ubá paralisam atividades
Na manhã desta segunda-feira, 17 de abril, trabalhadores de duas fábricas de móveis em Ubá paralisaram as atividades em protesto por falta de reajuste salarial e condições precárias de trabalho. No último dia 29 de março, os funcionários estiveram presentes na Assembleia Geral realizada pelo Sindicato dos Marceneiros de Ubá, quando foi decidido que seria instalado estado de greve, devido a falta de avanços nas negociações com o Sindicato Intermunicipal das Indústrias do Mobiliário de Ubá (Intersind). Além das duas empresas já paradas, a previsão é que até o final da tarde outras duas fábricas paralisem. O município possui cerca de 300 fábricas que empregam 12 mil pessoas.
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Conforme o presidente do Sindicato, José Carlos Reis Pereira, as negociações com o patronal começaram em maio do ano passado, com proposta de reposição da inflação de 9,62%, com data-base de setembro. “Mas, eles ofereceram 3%, que foi rejeitado pelos trabalhadores.”, destaca. Além desse reajuste, o sindicato informa que o Intersind ofereceu 5% e na última mesa de negociação, 8%, sem direito aos retroativos. Como não houve consenso, o caso já corre na Justiça.
Pereira diz, ainda, que o sindicato patronal manifestou em entrevistas à imprensa que apoia alterações na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) - o que pode causar mais prejuízos aos marceneiros. “Somos o maior polo moveleiro da região e os funcionários, não têm o reconhecimento merecido. Temos um alto índice de acidentes de trabalho, com casos de amputação”. O sindicato complementa recebe várias reclamações de trabalhadores que precisam fazer horas extras sem bater ponto, o que acaba agravando problemas de acidentes de trabalho e confirmou a participação na Greve Geral, agendada para o dia 28 de abril, que pretende reunir sindicatos e trabalhadores contra a Reforma Trabalhista e Previdenciária.
A assessoria de comunicação do Intersind enviou nota na tarde desta segunda, 17, sobre as negociações referentes a convenção coletiva da categoria 2016/2017. O sindicato esclarece que nas negociações vigentes, já foi oferecido pelas empresas, como índice de reajuste, a aplicação do percentual de 8%, conforme definido em assembleia das empresas para este fim. Proposta já do conhecimento do sindicato laboral, tendo sido comunicado ao mesmo, através de ofício pertinente.
"Neste sentido, sugerimos a todas as indústrias que procedessem aos trabalhadores a antecipação do referido índice oferecido, até a concretização das negociações. Salientamos que, apesar da oposição do sindicato laboral, quanto ao índice acima citado e já oferecido anteriormente, todo o esforço continua sendo realizado pelo Intersind para que as negociações se concretizem.
Importante registrar que a instauração de dissídio coletivo em questão, se deu, exclusivamente, por interesse e vontade do sindicato laboral. Isso, desde o início, no mês de outubro de 2016, quando ofertamos 3% em outubro, mais 2% em janeiro e mais 3% em março, ambos valores a serem calculados sobre o salário vigente em agosto de 2015.
Entendemos que o melhor caminho, neste momento de enfrentamento da crise, é a busca de uma negociação justa, assim, além de garantir um reajuste adequado a atual situação da economia brasileira, será possível garantir também a manutenção dos postos de trabalho e de milhares de empregos ao cidadão ubaense".
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