Quinta-feira, 20 de abril de 2017, atualizada às 17h08

Delegado esclarece caso do "jogo da baleia azul" em Juiz de Fora

Lucas Soares
Repórter

O caso do suposto "jogo da baleia azul" em Juiz de Fora, que chegou às redes sociais na última quarta-feira, 19 de abril, foi esclarecido pelo delegado Eduardo de Azevedo Moura, titular da 7ª Delegacia de Polícia Civil, responsável pela área central de Juiz de Fora.

O jogo, que envolve adolescentes cumprindo desafios postados nas redes sociais, vem assustando pais em todo o país por incluir tarefas sádicas contra os próprios jovens ou terceiros. "Nós ficamos sabendo ontem, através da diretoria de algumas escolas, de que poderia estar acontecendo isso em Juiz de Fora. Nosso setor de inteligência verificou e não detectou nada. Ontem (quarta), dois grupos de pais de alunos vieram aqui para desfazer um mal entendido. Nesta manhã, as diretoras de três escolas também esclareceram a situação", explica o delegado.

Segundo Moura, na cidade, um aluno de um colégio copiou um texto que está rodando na internet, editou como se fosse um conhecido e passou para um grupo de família e poucos amigos. "Rapidamente a história viralizou. Mas foi imediatamente detectada pelos pais dos dois estudantes e eles vieram à Delegacia para desfazer a história. Nenhum dos dois adolescentes têm qualquer vínculo com o jogo, eles não são vítimas do assédio da "baleia azul". Foi uma brincadeira de mau gosto, feita por um, se intitulando ao colega. Quando caiu na internet, perdeu o controle", relata.

Por outro lado, o delegado explica que o caso já foi contornado. "Nós fizemos um procedimento memorista, que será encaminhado à Justiça, para esclarecer que o menor que usou o nome do outro, não praticou o fato sugerido pelo jogo. Nós tivemos diversas declarações depreciativas em relação aos dois, e até algumas pessoas os ameaçando. Não é por aí, nem real foi. Toda notícia que vem da internet deve ser verificada", fala.

Privacidade

Para evitar que casos semelhantes aconteçam, o delegado afirma que os pais devem conversar com os filhos, para que também tenham acesso às redes sociais deles. "Tem que saber o que vai ser invasão de privacidade e o que não vai ser. Eles são menores, com mentes em formação. Não são pessoas maduras para lidar com todos os assuntos e essa tutoria é fundamental. É importante dialogar", opina.

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Quem também partilha da opinião do delegado é a terapeuta infantil Cássia Sartori. "Nos jogos, os personagens têm mais de uma vida. Na realidade isso não acontece. Eu penso que não há tanta necessidade de pais e filhos ficarem dialogando o tempo todo o que eles estão fazendo na internet. Devem fazer um policiamento mesmo. Hoje todas as crianças falam em privacidade, com computador no quarto, smartphone o tempo todo, e os pais se veem na obrigação de respeitar essa privacidade que as crianças não têm maturidade para lidar. Sem maturidade, tem que policiar, sim! Ver com quem eles estão falando, o que estão acessando... Isso não é invadir a privacidade, é cuidar do filho, que é uma função de pais e mães", completa.

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