Cerca de 200 pessoas fecham a rua Bernardo Mascarenhas

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Cerca de 200 pessoas fecham a rua Bernardo Mascarenhas
Sexta-feira, 30 de agosto de 2013, atualizada às 10h30, às 11h30 e às 13h20

Cerca de 200 pessoas fecham a rua Bernardo Mascarenhas

Laura Lewer
*Colaboração

Representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas) fecharam a rua Bernardo Mascarenhas, no bairro Fábrica, em frente a empresa de call center AlmavivA, por volta das 12h desta sexta-feira, 30 de agosto. A estimativa do presidente da CUT, Watoira Antônio de Oliveira, é de que 200 trabalhadores estejam no ato, que protesta
por melhores salários e contra a precarização na empresa.

Está prevista caminhada de 30 representantes da categoria ao Ministério Público do Trabalho, para entregar um dossiê contendo irregularidades da instituição.

Entenda o caso

No início desta manhã, os trabalhadores fecharam a BR-040 na entrada de Juiz de Fora, no Dia Nacional de Mobilização e Paralisação, de acordo com Oliveira. A concentração foi feita em frente à Câmara Municipal de Juiz de Fora às 7h30. Aproximadamente 60 pessoas saíram do local em direção à rodovia. Entre os grevistas e manifestantes, estão representantes da CUT, da Assembleia Nacional de Estudantes (ANEL), Central, sindical e popular (CSP-conlutas), Força Sindical, professores, bancários, metalúrgicos e funcionários têxteis e da construção civil.

O ato é realizado nacionalmente, com organização da CSP-conlutas, Força Sindical e outras organizações sindicais. Durante o protesto, os manifestantes queimaram alguns pneus, mas a Polícia Rodoviária Federal (PRF) exigiu que a ação fosse finalizada.

Reivindicações

A principal reivindicação dos trabalhadores é o Projeto de Lei 4330/04, do deputado federal Sandro Mabel (PMDB-GO), que libera a terceirização em empresas públicas ou privadas e acaba com a responsabilidade solidária, na qual o contratante arca com as dívidas trabalhistas não pagas pela terceirizada. Além disso, os grevistas buscam a redução da jornada para 40 horas sem redução salarial, 10% do PIB para a educação e 10% do orçamento da União para a saúde, valorização das aposentadorias, suspensão dos leilões de petróleo, reforma agrária e transporte de qualidade.

Reforçando a pauta do transporte e do PL 4330/04 está a Anel, que luta pelo Passe Livre estudantil. Segundo a manifestante Patrícia Ferreira Duarte, o ato desta sexta mostra a união entre as classes. "Começamos a fazer a jornada em todo o país desde junho, com as grandes manifestações. A jornada de julho mostrou os trabalhadores entrando em cena e parando o Brasil. Agora em agosto, queremos juntar os trabalhadores com os estudantes."

De acordo com o presidente da CUT, a união com os estudantes "é a melhor coisa que poderia acontecer, porque os jovens de hoje serão os trabalhadores de amanhã."

O ato de bloquear a BR-040, segundo Patrícia, vem da necessidade de uma ação mais radical que alcance o governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia (PSDB), que não dá condições dignas para os trabalhadores do estado. "Muitas vezes não tem o material básico nas escolas e hospitais. É muito importante lutarmos para garantir um futuro mais digno para toda a população."

A BR-040 foi liberada pelos manifestantes. Segundo informações do presidente da CUT, a paralisação começou tensa com motoristas tentando ultrapassar a barreira de pneus, mas a situação já foi resolvida.

Outra manifestação está prevista para as 15h desta sexta-feira, em frente à Câmara Municipal de Juiz de Fora. Somente o autoatendimento está funcionando nas agências bancárias da cidade.

 

*Laura Lewer é estudante do 6º período de Jornalismo do CES/JF