'Simpatia excessiva começa no cérebro', dizem cientistas
Cientistas do Instituto Americano de Saúde Mental descobriram pistas do que acontece no cérebro das pessoas que são extremamente amigáveis e não têm medo de estranhos.
Segundo a pesquisa publicada pela revista especializada Nature Neuroscience, os especialistas observaram as diferenças nos cérebros das pessoas com uma anomalia que as torna extremamente sociáveis - a Síndrome de Williams.
Os pesquisadores usaram exames de ressonância magnética para identificar as áreas que não "responderam propriamente" quando os pacientes viram fotos de rostos assustadores.
Os pacientes da Síndrome de Williams têm cerca de 21 genes a menos no cromossomo de número sete e, como conseqüência, não têm medo de estranhos em situações sociais.
Ansiedade
Mas os portadores da Síndrome de Williams também têm, com freqüência, forte ansiedade em relação a outros medos, como o de altura ou de aranhas.
A condição afeta cerca de uma a cada 25 mil pessoas.
A equipe de cientistas americanos concentrou os estudos na amígdala, uma estrutura em formato de amêndoa no cérebro que, acredita-se, ajuda a regular o comportamento social.
Os exames de ressonância magnética funcional foram usados para estudar o cérebro de 12 voluntários saudáveis e 12 portadores da síndrome.
A todos foram mostradas fotos de rostos assustadores e nos cérebros dos voluntários saudáveis, a visão dessas imagens provocou forte reação da amígdala.
Mas os exames mostraram que, nos portadores da Síndrome de Williams, a amígdala demonstrou muito menos atividade.
Em seguida, foram mostradas aos voluntários fotografias de situações assustadoras, sem o envolvimento de pessoas.
Os exames comprovaram o aumento anormal de atividade nas amígdalas dos portadores da síndrome.
Os pesquisadores também identificaram três áreas-chave do córtex pré-frontal, localizado na parte fronteira do cérebro, que não se comportaram de maneira normal nos portadores da Síndrome de Williams.
Elas são a área do dorso lateral - ligado às motivações sociais que regem uma interação - a área mediana - associada à empatia e à regulação de emoções negativas - e a região órbito-frontal - que está envolvida na determinação de valores emocionais a uma situação.