Sexta-feira, 18 de junho de 2010, atualizada às 17h59

Cotidiano dos brasileiros é tema de espetáculo de teatro

Carolina Gomes
Repórter

Sátiras de situações do cotiano, críticas à realidade política, econômica, médica e educacional do país fazem parte da peça Rapidinhas, que será apresentada neste sábado, 19 de junho.

De acordo com o autor e ator do espetáculo, Cláudio Ramos, a peça é baseada em ocorrências corriqueiras e engraçadas que fazem parte da vida dos brasileiros. Além de Cláudio, integram o elenco Adson Franklin, Lyvia Rodrigues e Og Esteves. "Procurei escolher atores que tivessem um bom jogo de cintura, pois o formato escolhido exige muito deles."

A peça é composta por 16 quadros rápidos. Cláudio adianta que os personagens são construídos com base na interpretação, utilizando poucos adereços. "A interpretação e a expressão corporal são quesitos principais", declara.

Cláudio está constantemente em cartaz na cidade com peças, como Lugar de Mulher, Minha sogra é um pitbull e O dia em que Alfredo virou a mão. Mas, segundo ele, cada uma dessas peças seguia um tipo específico de comédia, tipo nonsense, vaudeville, pastelão, dentre outros. "Dessa vez iremos colocar todos os tipos em uma peça só, usando a flexibilidade para agradar o público."

Sobre a iniciativa de criar uma peça diferente do habitual, Cláudio explica que recebeu cobrança de seu público. "Minhas peças têm um bom número de expectadores. Essas pessoas já estavam cobrando algo diferente, querendo novidades. Daí veio a ideia."

O autor afirma que Rapidinhas é um espetáculo sem grosserias ou apelações, que tem o objetivo de levar humor inteligente ao público. Com viagens agendadas, a peça fará uma pequena turnê e retorna a Juiz de Fora em setembro.

Atores Atores
Esquetes
Dos 16 quadros que fazem parte do espetáculo, 3 têm aproximadamente 10 minutos de duração e os demais são de 2 a 3 minutos. Em "Os Mineiros", fica evidenciado o humor inocente de um caipira dando notícia ruim, de forma inusitada para seu patrão. "Mexe Com Quem Ta Quieto" debocha dos políticos. "Todo Cuidado é Pouco" é uma crítica ao sistema policial, no qual graduados nunca são punidos. Já "Problemas de Comunicação" mostra uma socialite às voltas com um engano, que pode trazer sérias consequências. Em "A Sementinha" duas crianças travam uma discussão sobre a origem dos bebês. Em "A Vingança do Cliente" um cidadão se vinga da atendente de uma companhia telefônica que liga pra sua casa vendendo um produto. No quadro "Tem Um Olho Naquela Parede", dois meninos num colégio interno discutem o pecado e a religião. No quadro "Os Médicos", o deboche ao precário sistema de saúde de nosso país. Nos demais, tipos como uma freira, uma aeromoça, um fanhoso, um marinheiro, entre outros estarão integrando a galeria de tipos engraçados.