Celebramos, na Catedral de Juiz de Fora, em 8 de maio, em data extraordinária, a Missa dos Santos Óleos, que chamamos também de Missa da Unidade. Tal liturgia ganha ainda mais força por estarmos no contexto do II Sínodo da Arquidiocese, uma vez que a palavra Sínodo significa “caminhar juntos”. Naquele dia, nosso clero inteiro, comigo que sou seu Pastor, se reuniu para celebrar a alegria de servir a Deus, à Igreja e ao próximo. 

Somos atualmente na Arquidiocese 105 padres diocesanos e 15 religiosos em serviços paroquiais, além de cerca de 30 religiosos residentes com funções acadêmicas ou outras ou idosos, somando-se 150 presbíteros e 48 Diáconos Permanentes. Ao todo, nosso clero residente é formado, atualmente, por 205 ministros ordenados, incluídos dois bispos eméritos, o Exmo. Sr. Eparca Melquita e três sacerdotes afastados das funções sacerdotais. Também celebramos a alegria de receber, em nosso Corpus Presbiterorum, já no mês que vem, os atuais diáconos Alex Francisco da Silva, que será ordenado dia 5 de junho, em Matias Barbosa, e Ronny Moreira de Oliveira, cuja ordenação será dia 12 daquele mesmo mês, na Catedral Metropolitana.

Naquele momento pascal os presbíteros renovaram os compromissos sacerdotais assumidos na ordenação, quando tiveram as mãos ungidas com o Santo Crisma, pelo Bispo Ordenante. Nosso coração se encheu de gratidão a Deus que nos escolheu, nos chamou, nos ungiu e nos enviou. Também os diáconos puderam, neste dia, renovar seus compromissos, pois também eles foram chamados e enviados a imitar o Cristo Senhor, eterno Diácono do Pai, que veio “para servir e não para ser servido” (cf. Mt 20, 28).

Neste ano alguns temas se destacaram no nosso tão esperado encontro arquidiocesano que é a Missa dos Santos Óleos. Em primeiro lugar, vivenciamos ainda a situação da pandemia com os sofrimentos que tem causado, tanto pela doença em si, quanto por milhares de mortes inesperadas. Lembramos ainda das tantas pessoas e famílias empobrecidas, muitas agora dependentes do socorro, da caridade, da solidariedade dos parentes, amigos e dos irmãos de fé. Não menos preocupante é a situação financeira da maioria de nossas paróquias, comunidades, seminário e Mitra Arquidiocesana, com tantos problemas financeiros a resolver, sem os recursos que possuíamos antes.

Neste sentido, recordamos que o Ano de São José nos impulsiona também a verificar a simplicidade em que viveu o Pai Nutrício de Jesus, na humilde casa de Nazaré e no ideal de oferenda de si mesmo. O Papa Francisco, em sua Exortação Apostólica Patris Corde, comenta que “a felicidade de José não se situa na lógica do sacrifício de si mesmo, mas na lógica do dom de si mesmo”. Interessante reflexão, pois recorda nossa própria realidade de ministros ordenados, uma vez que quando nos apresentamos para a vida sacerdotal ou diaconal, respondendo ao chamado de Deus, não o fazemos por sacrifício, mas por alegre oferta de nós mesmos, na lógica de Jesus que afirmou: “ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos” (Jo 15, 12). Ele mesmo, Jesus, assim viveu, tendo nascido em uma estrebaria, vivido sem posses ao ponto de dizer: “as raposas têm suas tocas, os pássaros têm seus ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça” (Mt 8, 20). Morreu numa cruz que não era sua, como oferta suprema de si mesmo, e foi sepultado num túmulo emprestado.

Além disso, contemplamos a nossa realidade Pastoral, na forte caminhada sinodal que estamos vivendo, num enorme esforço de nos adaptarmos à realidade da pandemia. Temos a alegria de constatar que o Sínodo Arquidiocesano não parou, pelo contrário, está vivo e eficaz, sobretudo graças aos meios de comunicação que temos. Tantos e tantos esforços temos feito para manter viva a chama do nosso ideal missionário, proclamando o evangelho pelas ruas e sobre os telhados e garantido nosso ideal: Arquidiocese de Juiz de Fora, uma Igreja sempre em missão.


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