Rua Sampaio Cen?rio em que coexistem o velho e o novo, a natureza e o concreto dos pr?dios
*Colabora??o
17/04/2008
Interatividade:
Os pr?prios moradores n?o conseguem definir bem se ? periferia ou centro, mas passear na rua Sampaio tamb?m pode deixar qualquer um confuso sobre isso. Uma rua misturada com verde e concreto, misturada com o novo e o antigo, com a calmaria e a movimenta??o. Um lugar perto do centro, mas que pode ser considerado afastado.
A rua que homenageia Anacleto Jos? Sampaio, o primeiro professor p?blico em Juiz de Fora e vereador entre 1865 a 1868, pois este foi o doador do terreno onde se abriu a rua, h? mais de um s?culo. Por isso, observar a paisagem da Sampaio ? perceber que o progresso acontece a todo tempo e que o passado deixa marcas nas pessoas.
H? mais de 25 anos, Marisa Lara Rezende mora na rua e conta como tudo era muito diferente. "O aspecto era diferente, a gente via muita casa e n?o tanto pr?dio como agora, era diferente porque todo mundo se conhecia e sempre tivemos muitas amizades aqui. Ainda ? gostoso demais morar nesse ponto da cidade, mas admito que o tr?nsito e o barulho come?am a me incomodar"
, afirma.
Por outro lado, uma rua basicamente familiar preserva lembran?as dos dias passados por causa dos buc?licos jardins, saudosas varandas e sacadas e de algumas antigas casas que ainda existem por l?. "Ainda tem muita casa por aqui, mas a verticaliza??o da rua acontece rapidamente e a cada dia chega um novo morador. As escolas, o centro esp?rita e os centros m?dicos na rua fazem com que haja muito ve?culo estacionado por aqui e muito movimento, o que n?o acontecia h? 20 anos"
, comenta Marisa.
Mesmo perto da polui??o da cidade e do fluxo de pessoas comum nos grandes centros, o morador da rua h? mais de 30 anos, Carlos Gomide (foto abaixo), comenta que n?o pretende nunca sair da rua. "Meus filhos nasceram e foram criados por aqui. N?s estamos em uma regi?o central, mas sem ter o contato direto com tantos problemas sociais como na
Halfeld, por exemplo"
, afirma.
Para Gomide, ver a transforma??o de sua rua ? ao mesmo tempo triste e feliz. "Vi o crescimento dessa rua, o aumento dos problemas com o tr?fego, o aumento de pessoas circulando por causa, principalmente das escolas ao redor, mas percebo que ainda temos o conforto de estar ao lado de todo o com?rcio, mas sem que ele prejudique nossa habita??o, pois na rua em si, s? temos uma mercearia, mas no quarteir?o, temos padaria, drogaria, escolas e todo o resto que precisamos"
, ressalta.
O porteiro de um pr?dio da Sampaio, Gilberto, comenta que no edif?cio h? tanto moradores antigos quanto moradores mais atuais. "? como se fosse a rua em si, uma mistura de novidades e de antig?idades. Num mesmo espa?o coexistem flores, carros, pedestres, animais de estima??o, polui??o e ar puro. No pr?dio a gente se preocupa em manter o jardim sempre bonito, pois d? a sensa??o de um ambiente mais tranq?ilo e sossegado"
, descreve.
Gilberto afirma, ainda, que trabalha h? cerca de quatro anos no local e diz que um dos problemas da rua ? que muita gente a utiliza para estacionar o carro. "Como ? pr?xima do centro da cidade, o centro nervoso, muita gente deixa o carro estacionado para ir trabalhar ou mesmo passear na rua. Isso incomoda alguns moradores mais antigos, pois perturba com o barulho e tamb?m com o pr?prio movimento de carros"
, conta.
Por outro lado, a rua oferece seguran?a, conforto e praticidade aos seus moradores. Gomide comenta que seus filhos sempre brincaram na rua e no pr?prio p?tio do pr?dio e que o acesso a tudo - seja a bares, restaurantes, escolas, cursos, sal?o de beleza, supermercado, drogarias, bancos e at? ve?culos de transporte urbano - ? facilitado pela proximidade ?s duas grandes avenidas da cidade, a Avenida Rio Branco e a Avenida Independ?ncia.
*Renata Solano ? estudante de Comunica??o Social da UFJF
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