Gil Horta foge do padvão das ruas do centro

Gil Horta foge do padr?o das ruas do centro Espremida entre as duas maiores avenidas da cidade, a Gil Horta foge do padr?o das ruas do centro por conservar a cordialidade entre vizinhos

Bem ali, entre as avenidas Independ?ncia e Rio Branco est? a rua Doutor Gil Horta. Uma rua pequena, com apenas tr?s estabelecimentos comerciais e cara de rua de bairro, a Gil Horta ? quase protegida pelo movimento intenso das duas avenidas.

Comerciantes e moradores ali instalados h? d?cadas n?o conseguem enxergar um ponto negativo e s?o un?nimes: a grande vantagem da rua ? mesmo a vizinhan?a. Paola Corr?a Barbosa de Oliveira passou a vida toda morando na Gil Horta e ? uma apaixonada confessa pelo local.

"Para mim, ? a melhor rua da cidade. Estamos no centro, temos os pontos de ?nibus da Independ?ncia e da Rio Branco bem pertinho e ainda assim moramos numa rua calma", diz. A mo?a relembra que, quando era bem crian?a, ainda era poss?vel reunir os amigos na rua e n?o tinha discrimina??o.

"Brincava todo mundo: desde o filho da empregada at? o filho de um dos empres?rios mais ricos da cidade, era muito legal. Ao lado da loja de flores tinha o sal?o de um cabeleireiro famoso que era o ponto de encontro de todo mundo", recorda.

Trabalhando no logradouro h? 20 anos, o comerciante Jos? Roberto Costa faz coro com Paola e n?o consegue pensar em algo que desvalorize a rua. Jos? Roberto conta que a Gil Horta ? uma rua muito boa de trabalhar, "? um lugar tranquilo. a vizinhan?a ? muito boa". Para ele, o melhor mesmo s?o os fregueses: "temos uma conviv?ncia agrad?vel, eles nos ensinam muito", ressalta.

A cordialidade, ali?s, tamb?m chama a aten??o de Paola. "A gente pode n?o conhecer todos os vizinhos pelo nome, mas sempre nos reconhecemos na rua e nos cumprimentamos. Isso ? muito legal porque n?o vemos esse tipo de situa??o em outras ruas do centro", orgulha-se.

A comerciante Tha?s Pinto Villela Loures passou toda a inf?ncia entre a rua Gil Horta e a fazenda da fam?lia. J? crescida, ela voltou ao lugar para instalar a sua pequena empresa e sente feliz com o retorno. "Foi uma decis?o comercial, eu fiz uma pesquisa para ver aonde seria o melhor ponto para o meu neg?cio e a Gil Horta foi perfeita".

Ela admite que voltar ao local de sua inf?ncia foi uma excelente experi?ncia. T?o boa que Tha?s est? instalada na rua h? 15 anos. "Sempre gostei daqui porque me lembra um ambiente de ro?a, que eu adoro, al?m da vizinhan?a que ? muito boa".

O lado ruim

Nem tudo s?o flores no "reino da Gil Horta" e h? algumas reclama?es. Ao contr?rio de Paola e Jos? Roberto, Tha?s lamenta a intoler?ncia de alguns moradores em rela??o ao pequeno com?rcio da rua. "Existem apenas tr?s estabelecimentos comerciais aqui e tem gente que reclama, acha que estamos querendo dominar a rua. Isso n?o ? verdade".

A mo?a explica que, em virtude desses estabelecimentos e tamb?m da proximidade de um supermercado, muitas vezes as vagas s?o ocupadas para carga e descarga, desagradando alguns moradores. "Ele acham que a rua tem que ser s? residencial, n?o v?em os benef?cios que trazemos para eles pr?prios e para a rua, de modo geral".

A queixa de Tha?s procede. Porteiro do mesmo pr?dio h? 11 anos, Celso Ribeiro da Silva j? ouviu muito morador reclamar dessa movimenta??o comercial. "O pessoal reclama muito da carga e descarga que o supermercado faz. Eles acham que isso atrapalha a rotina da rua", diz.

Celso conta que n?o d? para observar muito as coisas no per?odo em que trabalha, mas consegue fazer uma compara??o dos tempos em que trabalhava ? noite. "Agora est? mais tranq?ila, mas quando eu trabalhava ? noite tinha muita incid?ncia de drogas aqui. N?o sei se melhorou. O pessoal pediu mais policiamento e talvez tenha diminu?do", espera.

*Marinella Souza ? estudante de Comunica??o Social da UFJF.

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