Funcionários dos Correios reclamam da falta de segurança

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Terça-feira, 14 de agosto de 2014, atualizada às 16h25

Funcionários dos Correios reclamam da falta de segurança

Em menos de um ano, quase 30 ocorrências já foram registradas nas agências mineiras

Vívia Lima
*Colaboração

As agências dos Correios vêm sendo alvo de inúmeros assaltos. Em um mês, foram quatro registro em três agências, nas cidades de Tocantins, Guidoval e Ubá. Desde o final de 2013 até agosto deste ano, 30 assaltos já foram registrados nas unidades mineiras. É o que declara o Sindicato dos Trabalhadores em Empresa de Comunicação Postal. 

O presidente do sindicato, João Ricardo Guedes, afirma ter repassado as informações para a diretoria, no entanto, segundo ele, a empresa não atende às solicitações. "Eles insistem em ser correspondentes bancários, mas não tomam as devidas providências para que os locais ofereçam mais segurança tanto para os clientes, quanto para funcionários."

Equipamentos de segurança

Os trabalhadores acreditam que se forem colocadas portas giratórias, com detector de metais, agentes armados, além das câmeras que já existem, como no próprio sistema bancário, a ação dos bandidos seria inibida." Os funcionários ficam reféns tanto do bandido quanto da empresa, que nada faz nesse sentido de proteger o trabalhador", declara Guedes.

A assessoria dos Correios informou que inicialmente é importante e necessário reforçar o fato de que o problema vivenciado atualmente na região é de segurança pública. E embora a competência de prover segurança pública seja constitucionalmente do Estado, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos não está alheia a estas circunstâncias. Nesse sentido, são realizados constantes estudos e providências como a instalação de instrumentos de segurança, em combate à criminalidade, bem como outras atividades diversas que buscam melhorar as condições de segurança em seus ambientes e instalações.

Além disso, a instituição afirmou que tem uma política para a instalação de equipamentos de segurança, tais como alarme monitorado 24 horas, com botão de pânico; cofre com fechadura de retardo; sistemas de câmeras dentre outros, são instalados em todas as unidades de atendimento.

O presidente do sindicato relatou que foram destinados aproximadamente R$ 26 milhões para atender as agências mineiras, no entanto, só chegaram R$13 milhões e não sabem qual destino tomou o restante do dinheiro." Brasília ainda não tem verba suficiente para atender a essas demandas, é o que eles sempre dizem. Isso é descaso e covardia com o trabalhador."

Os correios informaram que as destinações do serviço de vigilância e as instalações de portas giratórias são calculadas mediante alguns critérios específicos que buscam tratar de forma diferente as unidades, cidades que são distintas do ponto do risco da região. A definição e instalações de medidas para diminuir os riscos, é feita num dado ano, com base no histórico do ano anterior e com programação de investimento para o ano seguinte. Ainda segundo a empresa, os investimentos estão condicionados a uma série de diretrizes, dentre elas o tratamento de prioridades, e a disponibilidade orçamentária.

Funcionários ficam traumatizados

Ainda, segundo Guedes, muitos funcionários precisam se afastar do trabalho pois ficam traumatizados e param sua vida laboral. "Os trabalhadores deixam de realizar suas atividades por conta dos assaltos. Isso coloca a própria empresa um grande prejuízo."

Já os Correios acredita que o que pode ocorrer após o assalto é o Transtorno de Estresse Agudo, com duração de até 30 dias de sintomas, que pode evoluir ou não para Transtorno de Estresse Pós Traumático. Contudo, os efeitos dependem também do significado dado a esses eventos. Por esse motivo, a empresa ressalta que investe na prevenção como palestras psicoeducativas, incentivo à prática de esportes e outros hábitos saudáveis de vida.

A Gerência de Recursos Humanos dos Correios (Gerec) está responsável por fazer o atendimento às vítimas de assalto, com objetivo de minimizar os efeitos da violência psicológica sofrida pelos empregados. Os trabalhadores que já sofreram assalto são orientados e encaminhados para atendimento psicológico e/ou psiquiátrico, quando necessário.Todos os tratamentos custeados pelos Correios. 

*Vívia Lima é estudante do 7º período de Jornalismo da UFJF