ACESSA.com - Muitas vezes, os alunos fazem c?pias de livros inteiros
ou parte de um livro em vez de comprar. Isso para evitar ou n?o poder fazer gastos
excessivos (os livros nem sempre possuem um pre?o acess?vel). Como voc?
v? a quest?o de alunos fazerem c?pias de livros, tanto no 2? grau quanto
no 3? grau, mesmo sendo proibido? Qual sua vis?o de escritor e
jornalista?
Luiz Ruffato - Penso que h? casos e casos. H? livros fora de cat?logo e outros de dif?cil
acesso - pode ser que, nesses casos, aceite-se a c?pia de partes do texto
(partes, veja bem, nunca o livro todo). No caso de livros em cat?logo, acho
um absurdo, n?o s? a c?pia, como o incentivo do professor ? c?pia. Porque
criou-se um mito a respeito do pre?o do livro. O pre?o m?dio de um livro
hoje no Brasil ? de R$ 30.
Um ced? n?o custa t?o menos que isso, e nunca ouvi uma pessoa, seja de que extra??o social seja, reclamando que n?o compra discos por causa do pre?o... Outro par?metro? Um estudante universit?rio gasta, numa ?nica balada, bem mais que o pre?o de um livro... Portanto, j? est? na hora de pararmos todos com essa conversa-fiada de que o livro ? caro. O livro n?o ? caro. Depende da import?ncia que alunos e professores darem a ele.
ACESSA.com - Como isso acontece h? anos, e as pr?prias universidades possuem diversos pontos de xerox em seus campus, voc? pensa ser poss?vel acabar ou, pelo menos, diminuir este tipo de crime, que, algumas vezes, os alunos nem sabem que est?o cometendo?
Luiz Ruffato - Em primeiro lugar, o professor deve estar ciente de que est? cometendo um crime quando incita ou facilita ao aluno a c?pia de livros em cat?logo. Porque se o professor, que ? o mestre a ser imitado, ? o primeiro a cometer o crime, n?o h? como fazer que os alunos cumpram a lei.
Em segundo lugar, deveria haver uma pol?tica clara, das editoras e das autoridades, para coibir o crime, principalmente por ele ocorrer dentro das escolas ou no seu entorno. Se pass?ssemos a consumir mais livros, com certeza haveria uma diminui??o nos pre?os. A c?pia lesa toda uma cadeia de produ??o, porque envolve desde o escritor e o editor, partes mais vis?veis do processo, at? funcion?rios graduados e n?o graduados... ou seja, v?rios trabalhadores...
ACESSA.com - A reclama??o dos estudantes ? que nem sempre conseguem encontrar uma bibliografia dispon?vel na Biblioteca. Ou, se existe, a quantidade de livros n?o ? suficiente para atender a demanda. Qual sua opini?o sobre este fato?
Luiz Ruffato - Os alunos deveriam esfor?ar-se para reivindicar uma pol?tica educacional voltada para os seus interesses. Lutar por mais livros, mais verbas para as bibliotecas, mais verbas para a pesquisa, enfim, mais verbas para a educa??o, que, em ?ltima an?lise, ? o que importa para a forma??o de um pa?s.
ACESSA.com - O que voc? pensa sobre a "pasta do professor" (pasta com livros e textos que o professor disponibiliza na ?rea de xerox da faculdade)? Sua exist?ncia deveria ser proibida ou ? um "mal necess?rio"?
Luiz Ruffato - A "pasta do professor" ? o retrato da hipocrisia da nossa sociedade. ? crime, sabemos todos que ?, professores, alunos e funcion?rios, mas fingimos que n?o ?... Assim, reproduz-se dentro do ambiente universit?rio o que ocorre na sociedade: todos n?s fingimos n?o ver o que se passa ? nossa volta e vamos afundando o nosso pa?s...
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