SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Não é difícil ter ouvido uma música produzida por Tiago da Cal Alves, 36. O beatmaker e DJ, mais conhecido por seu apelido, Papatinho, já trabalhou com nomes como Anitta, Seu Jorge, Marcelo D2 e Criolo. Agora, após 15 anos de carreira, ele afirma que vê um reconhecimento maior na profissão.

"Desde o início, me preocupei com a relevância. Queria fazer algo legal, mas também ser reconhecido. Venho batendo nessa tecla de ser beatmaker e produtor. Não vou cantar, [minha profissão] é isso mesmo", diz. Ele conta que o reconhecimento veio também com a ajuda de artistas que citam seus nomes nas músicas, como a cantora Anitta, 29, faz em "Que Rabão", única música em português de seu novo álbum "Versions of Me".

A convite da Amazon Music, ele dirige um minidocumentário contando sua trajetória e rotina, além de apresentar a história a outros beatmakers cariocas. "Gosto muito de documentários e quero fazer um dia um documentário do Papatinho. Esse é um minidocumentário. Vai ser uma forma de começar a organizar as ideias", completa ele sobre o projeto, chamado "A Evolução dos Beatmakers" que estreia na terça (30) com 17 minutos de duração.

Além disso, ele também prepara um projeto com a campeã da 21ª edição do Big Brother Brasil (Globo), a cantora Juliette Freire, 31. Após grande repercussão nas redes, ele diz que a música, chamada "França", ainda não tem data de lançamento, mas é parte de seu projeto Papasessions, do selo Papatunes. "É um projeto acústico do canal, fizemos uma com diversos artistas juntos. Vai ser L7nnon, Juliette e Xamã."

Abaixo, Papatinho comenta mais sobre sua relação com a internet, a amizade com a cantora Anitta e a criação de seu selo próprio, o Papatunes. Confira trechos editados da entrevista concedida pelo produtor à Folha de S.Paulo.

PERGUNTA - Você surgiu na internet. Qual a importância dessa tecnologia para novos produtores começarem a carreira?

PAPATINHO - Sou cria da internet, comecei a fazer músicas, produções e beats por causa dela. Foi em uma época em que o CD físico não era mais vendido e ainda não existiam os streamings de música. Apesar de estar perdido, tive total liberdade para fazer o que quisesse graças à tecnologia. Foi assim que fui divulgando o meu trabalho. Não sei o que seria de mim sem essa ferramenta. Tem muito mais gente fazendo música também, antes era mais limitado. Hoje tem uma concorrência absurda, você tem que ser muito bom. Mas quem se dedica uma hora vai alcançar seu espaço.

P.- Uma de suas grandes parceiras é Anitta. Além de "Que Rabão", vocês já trabalharam juntos em "Tá com o Papato" e "Onda Diferente". Como é a relação entre vocês?

PP- A Anitta é muito parceira, desde que a gente estava começando na música, já nos falávamos pelo Facebook, isso tem quase 10 anos. Ela ainda fazia parte da Furacão 2000 e eu na Cone Crew Diretoria. Depois, ela estourou e lançou "Show das Poderosas" e me pediu para fazer um beat do primeiro álbum dela. Viramos parceiros. Nos últimos álbuns dela, sempre estive presente com uma produção pelo menos. Quando ela começou essa caminhada para a carreira internacional, eu estava ali desde o início. Na primeira viagem dela eu estava junto, gravamos em estúdio, mas essas músicas nunca foram lançadas. Ela ainda estava insegura com o inglês, então voltou e estudou. No último álbum dela eu fui o único produtor brasileiro com a faixa "Que Rabão". Ela é viciada em trabalho igual a mim, então nos damos bem.

P.- Como surgiu seu selo próprio, o Papatunes?

PP- Criei quando completei 10 anos de carreira, em 2016. Percebi que dava para dar um passo maior. Queria ter uma estrutura completa para atender e lançar um artista, é apostar em sonhos. Hoje o selo é bem consolidado na cena, temos grandes artistas como o próprio L7nnon e MC Hariel.


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