SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O modelo Bruno Krupp, 25, além de réu por homicídio, foi indiciado por estelionato pela DEAT (Delegacia de Atendimento ao Turista). O influenciador digital e seu sócio, Bruno Monteiro Leite, são acusados de dar golpe de quase meio milhão de reais no Hotel Nacional, no Rio de Janeiro, por meio de venda de pacotes de viagem. A informação foi publicada inicialmente no jornal O Globo e confirmada pela reportagem.
Segundo as investigações do MPRJ, eles vendiam diárias do hotel por valores atraentes se passando por agentes de viagem. As vítimas, então, efetuavam o pagamento diretamente na conta de Bruno Monteiro Leite. As reservas, por sua vez, eram feitas pela dupla utilizando cartões fraudulentos de titularidade de terceiros ?os quais, posteriormente, tinham os pagamentos recusados pelas operadoras de cartão de crédito por motivo de fraude.
Os autos indicam que o somatório das recusas das operadoras de cartões de crédito totalizou um prejuízo superior a R$ 400 mil. Segundo gerente do estabelecimento, Krupp e seu sócio também teriam se hospedado no Hotel Nacional em diversas ocasiões, utilizando cartões de créditos como meio de pagamento.
Em entrevista à publicação, a delegada Patrícia da Costa Araújo de Alemany disse que indiciou o modelo por terem provas de que ele e seu sócio deram um golpe milionário no estabelecimento.
"Pedi a prisão dele porque a fraude foi em torno de R$ 400 mil. Eles pegam cartões de créditos de terceiro, clonam e vendem as diárias dos hotéis com preços mais baratos. O cartão recusa e o hotel fica no prejuízo. Essa investigação começou há uns meses, após o Hotel Nacional comunicar a fraude à Deat", relatou a delegada.
Na semana passada, o juiz Gustavo Kalil, da 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, aceitou a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro contra o modelo Bruno Krupp, 25, que atropelou e matou um adolescente de 16 anos no início deste mês no RJ.
O magistrado também rejeitou os pedidos da defesa do agora réu, que havia solicitado o relaxamento da prisão preventiva, decretada no dia 3 de agosto.
"A gravidade concreta dos fatos, tal como imputados pelo MP, é acentuada. Até porque, há indícios de que o acusado teria como hábito dirigir de forma perigosa. Quanto ao dia dos fatos, vale pontuar que, conforme depoimento do Sr. Roger Boing, o Acusado estaria trafegando a mais de 150 km/h em via pública. [...] Assim, considerando que as condições subjetivas são um dos fatores legais para aferição da cautelar pertinente (art. 282, inciso II do CPP), considerando, ainda, que há suposta prática de outros delitos, de naturezas diferentes, tenho que a prisão preventiva é necessária para a garantia da ordem pública, acautelando-se o meio social contra possível reiteração delitiva", diz a decisão.
O juiz refutou as justificativas apresentadas pela defesa de Krupp para o abrandamento da prisão, alegando piora no estado de saúde do modelo.
"Por fim, destaco que, conforme informado pela SEAP, quanto ao estado de saúde, o acusado está 'melhor que no início da internação'. Assim, nada indica risco de vida que justifique a revogação da prisão. Por todos esses motivos, indefiro os pleitos libertários e mantenho a prisão preventiva", conclui o magistrado.
O modelo, que não tem habilitação, pilotava uma moto sem placa a 150 km/h na altura do Posto 3 da Barra da Tijuca.
LAUDO CONTRARIA DEFESA
Os laudos de perícia do acidente em que Bruno Krupp matou um adolescente de 16 anos apontam que o modelo não tentou frear a moto antes da colisão, segundo reportagem exibida no RJ1 na última quarta-feira (24).
Os documentos obtidos pelo programa contrariam a versão do advogado de Krupp, que disse que o acidente foi causado por uma pane no freio da moto.
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