SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Marcelo Benevides Silva, o torcedor do Flamengo que assediou a jornalista Jéssica Dias durante uma transmissão ao vivo da ESPN, vai ser investigado pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) na quinta-feira (22). A promotora Glícia Pessanha Carvalho Viana o denunciou por importunação sexual.
No documento apresentado, ela diz que Benevides acariciou e beijou o rosto da repórter sem consentimento. O caso ocorreu no entorno do Maracanã, no Rio, no último dia 7, enquanto ela cobria a semifinal da Copa Libertadores.
A denúncia relata que a jornalista se preparava para entrar ao vivo na TV, quando o homem começou a gritar e proferir xingamentos. Após pedidos para que ele se acalmasse, Benevides teria pedido desculpas, mas logo depois colocou a mão no ombro da vítima, deslizando-a até o braço e, na sequência, deu um beijo no ombro da vítima, que se esquivou.
Quando a repórter começou a transmissão, o denunciado voltou a beijá-la, dessa vez no rosto, novamente contra a vontade dela. O texto diz ainda que Benevides tentou fugir, mas foi alcançado pelo câmera e pelo assistente da equipe da ESPN. Os dois o detiveram até a chegada da polícia.
Preso em flagrante, ele foi levado à 18ª DP (Praça da Bandeira), após ser ouvido no estádio do Maracanã. Após ter prisão preventiva decretada, ele teve um alvará de soltura emitido no dia seguinte (8) permitindo que ele respondesse em liberdade.
Porém, a Justiça determinou a "proibição de saída do estado sem autorização judicial, proibição de contato com vítima e testemunhas, salvante se parentes" e "proibição de presença nos espetáculos esportivos com participação do Clube de Regatas do Flamengo enquanto perdurar o processo".
Nas redes sociais, Jéssica Dias relatou o que aconteceu no dia. "Foi só um beijinho no rosto. Não. Não foi. Antes tiveram muitos xingamentos e importunação porque o ao vivo demorava", contou. "Pedi calma e para que não ficasse xingando, não precisava. Vieram os 'pedidos de desculpa' com alisamentos nos ombros e um beijo no local."
"Eu estava prestes a ser chamada para o link e mantive a posição, existe uma logística que exige concentração. Outra tentativa de beijo no ombro. Me esquivei e meu câmera chamou a atenção dele. O último ato foi o beijo no rosto. Que poderia ter sido na boca e não mudaria nada. Eu sofri importunação sexual enquanto trabalhava e isso é crime."
"Eu não queria beijo, não queria carinho, não queria passar 3 horas em uma delegacia. Eu só queria trabalhar. O ser humano que fez isso estava com um filho menor de idade que se desculpou pelo pai. O menino não tem culpa, não punam a família dele", afirmou ela.
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