SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Depois de ver a Justiça do Rio de Janeiro indeferir em primeira instância uma ação de Chico Buarque contra o deputado estadual Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pelo uso indevido da música "Roda Viva", agora a defesa do cantor mudará de estratégia. A ideia é não recorrer, deixar o caso ser arquivado para então entrar com um novo e igualzinho processo no dia seguinte ao arquivamento.
Segundo João Tancredo, advogado de Chico, dessa forma a Justiça é obrigada a dar prosseguimento ao caso imediatamente, em questão de uma semana, ao apreciar uma tutela de urgência. Nessa nova etapa da ação, que deverá ocorrer no próximo dia 7 de dezembro, a defesa colocará novas provas da autoria da música, como manuscritos e capas de disco.
"Na ação já existente, com a decisão da juíza [Monica Ribeiro Teixeira, do 6º Juizado Especial Cível da Comarca da Capital Lagoa], teríamos que entrar com recurso contra a decisão, então teriam que intimar o Eduardo para falar. Isso tudo demoraria seis meses e depois para julgar mais uns três meses. Ou seja, quase um ano e vai ficando parado. Decidimos deixar esse morrer para entrar com um novo no dia seguinte", revela o advogado.
Nesse novo processo, a defesa também acrescentará uma documentação que prova que o Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) repassou verbas referentes a autoria da canção a Chico Buarque em razão da execução de "Roda Viva".
Chico pede o equivalente a R$ 48 mil de Eduardo Bolsonaro por ele ter usado a música em suas redes sociais em uma publicação que criticava uma suposta censura que apoiadores do seu pai, o presidente Jair Bolsonaro (PL), estariam sofrendo no Brasil.
"Ignorar a autoria da obra do Chico o deixou bastante irritado. Ele se sentiu ofendido. O uso da música nas redes do deputado associa o Chico ao fascismo, armamento, tudo o que ele abomina", conclui o advogado João Tancredo.
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