SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O vitral "Araguaia" de Marianne Peretti, obra de 1977 que fica no Salão Verde do Congresso Nacional, foi danificado por manifestantes golpistas durante a invasão aos Três Poderes, no Distrito Federal, neste domingo (8).

A maquete tátil foi uma das diversas obras que foram afetadas ou destruídas pelos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ainda não foi possível especificar quais os danos, o que deve ser informado a partir da perícia da Polícia Federal nas edificações invadidas.

"Araguaia" foi feito a partir do projeto de decoração do Salão Verde, que incluiu obras de arte e mobiliário que ajudasse a delimitar os espaços e valorizar o ambiente a partir da ampliação da casa, nos anos 1970.

Nesta maquete tátil, a artista franco-brasileira usou uma técnica que simula o movimento das figuras geométricas colocadas sobre o vidro, remetendo ao curso de um rio. A obra foi feita com vidro temperado e jatos de areia.

Peretti, única mulher no time do arquiteto Oscar Niemeyer, também criou os vitrais da Catedral de Brasília, com um estilo marcado pela estrutura orgânica de formas naturais, retalhos que lembram folhas, gotas d'água e raios solares. No Salão Nobre do Congresso, ela deixou ainda o vitral "Phasifae", e o painel "Alumbramento", no Salão Branco.

Seu primeiro trabalho na capital foi um vitral na capela do Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente, espécie de ensaio para a escala monumental da catedral. Ainda há obras suas no Memorial JK e Teatro Nacional, em Brasília.

Fotografias e vídeos nas redes sociais também mostram a depredação de itens do patrimônio como de um crucifixo do STF, da cadeira da presidente do STF, Rosa Weber, assinada pelo designer Jorge Zalszupin, da porta do ministro do STF Alexandre de Moraes e da escultura "A Justiça", de Alfredo Ceschiatti.


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