SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Secretário das Culturas de Niterói e um dos responsáveis por elaborar a Lei Aldir Blanc, de auxílio ao setor cultural no contexto da pandemia, Alexandre Santini será o novo presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa.
O Ministério da Cultura divulgou a escolha do nome pela ministra Margareth Menezes nas redes sociais, mas sua nomeação ainda não foi publicada no Diário Oficial.
Ele substitui Letícia Dornelles, exonerada em dezembro, ainda no governo de Jair Bolsonaro, que teve uma atuação à frente do órgão bastante criticada pelos servidores. Logo quando foi alçada ao posto, em 2020, tirou do quadro pesquisadoras experientes, como Flora Süssekind e José Almino de Alencar, que haviam se manifestado contra sua indicação.
Santini, de 43 anos, é também professor nas faculdades Flacso, em Buenos Aires, e Universidad Andina Simón Bolívar, em Sucre, na Bolívia.
Alinhado ao novo governo, Santini tem em seu Instagram diversas postagens de apoio à Lula e à nova ministra da Cultura, Margareth Menezes. Ele também celebrou a recriação do Ministério da Cultura.
Ele tem bacharelado em artes cênicas pela Unirio e mestrado em cultura e territorialidade pela Universidade Federal Fluminense e já havia trabalhado no Ministério da Cultura, em 2015 e 2016, quando exerceu o cargo de diretor de cidadania e diversidade cultural.
É também fundador e docente da Escola de Políticas Culturais e autor do livro "Cultura Viva Comunitária: Políticas Culturais no Brasil e na América Latina".
Criada em 1966 pela lei 4.934, a Fundação Casa de Rui Barbosa não é só o lugar do acervo de alguns dos mais relevantes escritores nacionais, mas também um reconhecido centro de pesquisa, ensino e divulgação de literatura brasileira fora das universidades.
Seu quadro de profissionais, muitos dos quais estão há décadas na instituição, se envolve na produção de seminários, no ensino de um mestrado sobre memória e acervos e também na feitura de edições especiais de livros, a exemplo dos volumes da poesia de Carlos Drummond de Andrade lançados em 2012 pela extinta editora Cosac Naify.
Instalada na casa onde morou o jurista Rui Barbosa, no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro, também faz parte da FCRB um museu-biblioteca com seu acervo de quase 30 mil volumes. A residência de Barbosa foi comprada pelo governo do Rio de Janeiro após sua morte, em 1923, e aberta à visitação pública sete anos mais tarde, como o primeiro museu-casa do país.
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