SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Ministério Público do Estado de São Paulo abriu, na semana passada, um inquérito civil que pode barrar a demolição do anexo do Espaço Itaú de Cinema da rua Augusta, um dos endereços mais tradicionais da cinefilia de São Paulo. Além de salas de cinema, nele fica ainda o Café Fellini, também tema do inquérito.
De acordo com o documento expedido pelo órgão, a abertura se deve ao risco ao patrimônio histórico e cultural que o fechamento do cinema representaria, e também à omissão em apreciar o pedido de tombamento do endereço pelo Conpresp, o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo.
O Conpresp e a Secretaria Municipal de Cultura têm até esta sexta-feira (3) para prestar esclarecimento sobre o pedido de tombamento. Já a incorporadora Vila 11 deve apresentar o projeto do empreendimento que pretende construir no endereço.
Vendido para a Vila 11, o imóvel onde funciona o anexo do Espaço Itaú de Cinema - Augusta pode ser demolido para abrigar um prédio comercial. Na rua Antônio Carlos, ao lado, será erguido um prédio residencial, conectado a ele, reforçando o avanço da especulação imobiliária que tem tomado as ruas que desembocam na avenida Paulista. A sede principal do cinema, do outro lado da rua, não será afetada.
Anexados ao processo de inquérito civil aberto pelo MPSP estão o abaixo-assinado promovido pelo Café Fellini contra o seu fechamento, que reúne mais de 25 mil assinaturas, e informações de uma placa do Departamento de Patrimônio Histórico reconhecendo que aquele é um patrimônio cultural da cidade, embora não tenha passado por processo de tombamento.
Em dezembro, uma audiência pública realizada na Câmara Municipal de São Paulo, requisitada pelo vereador Antonio Donato (PT), foi promovida para discutir a demolição do espaço.
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