SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Glória Maria, morta nesta quinta-feira (2) vítima de um câncer, se assustou ao notar a cobiça de familiares por sua herança. Ela se recuperava de uma cirurgia no cérebro feita em novembro de 2019.

"Só faltava dizerem 'vamos dividir a herança?', uma herança que nem existia", afirmou em entrevista no programa Roda Viva, da TV Cultura. "Eu vi o ser humano de outra maneira. Muita gente que eu achava que era amiga, de repente não era. Tinha gente que chegava na minha casa esperando me ver mal e, quando via que estava bem, sumiam. Fiquei chocada."

Em 2019, a jornalista descobriu um tumor no cérebro, tendo enfrentado o problema com cirurgia e imunoterapia. Em dezembro passado, a Globo informou que ela estava afastada da TV para tratar da saúde, mas acrescentou que isso já era previsto como parte do tratamento contra o tumor cerebral.

Segundo uma nota enviada à imprensa pela Globo, o tratamento que Glória fazia para combater as metástases que existiam em seu cérebro deixaram de fazer efeito nos últimos dias.

Primeira pessoa negra a conquistar espaço diante das câmeras no telejornalismo brasileiro, Glória foi pioneira como mulher na cobertura de guerra e rompeu a hegemonia branca também na apresentação de programas na principal emissora de TV do país, tendo sido a primeira profissional a entrar ao vivo no Jornal Nacional em cores, em 1977.


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