SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma reportagem do jornal francês Le Parisien, publicada há quase um ano, mostrou que a grife suíça Chopard, marca das joias dadas pelo governo da Arábia Saudita para Michelle Bolsonaro, já havia se envolvido num escândalo para driblar aduanas na França.

Segundo o jornal, a Chopard criou um sistema para transportar as joias pelas fronteiras sem a necessidade de cumprir o pagamento de impostos. As autoridades francesas investigam se funcionários e dirigentes atuaram diretamente na movimentação das peças.

A suspeita é de que a marca também fez uso de "mulas" -pessoas pagas para o transporte ilegal de algum produto. Em 2018, a co-presidente da Chopard, Caroline Scheufele, teria entrado em Paris, usando um raro colar de 17 esmeraldas. Como não foi declarada, a joia não existe oficialmente na França.

Em outubro de 2021, o governo de Jair Bolsonaro tentou entrar no Brasil ilegalmente com joias avaliadas em R$ 16,5 milhões. As pedras eram um presente do ditador Mohamed bin Salman, da Arábia Saudita, à ex-primeira dama Michelle Bolsonaro. As peças não foram declaradas e acabaram sentido retidas na alfândega.

O ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, chegou a tentar resgatar pessoalmente as joias. Segundo a legislação brasileira, todo bem avaliado em mais de R$ 5 mil deve ser declarado na chegada ao país.

Fundada em 1860 por Louis-Ulysse Chopard, a Chopard é vista como uma das principais marcas de luxo do planeta e, a princípio, produzia exclusivamente cronógrafos e relógios de bolso.

A relojoaria continua sendo um dos pontos fortes da Chopard, e ostentar uma de suas peças no pulso pode custar mais de US$ 50 mil (cerca de R$ 300 mil). Foi só a partir dos anos 1970 que a empresa passou a investir de fato na manufatura de joias, com destaque para as peças em diamante.


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