SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Ao som de xingamentos para Drake e "ole, ole, ole, ole, Skrillex, Skrillex", o DJ americano Skrillex subiu ao palco Budweiser do Lollapalooza na noite deste domingo (26) com a tarefa ingrata de substituir o headliner da noite de última hora.

Drake, o rapper canadense que faria sua segunda passagem pelo Brasil e primeira em São Paulo, avisou sobre o cancelamento da apresentação na manhã do mesmo dia. O anúncio oficial citava apenas circunstâncias imprevistas do músico, que foi visto saindo de uma boate em Miami na noite de sábado (25).

Antes de o show começar, quando palcos principais costumam ficar cheios de fãs plantados em busca de um bom lugar para a atração principal do dia, a frente do palco Budweiser estava esvaziada para um festival deste nível.

O show começou ao som de "Carinhoso", de Marisa Monte e Paulinho da Viola -quando o DJ desceu do palco e cumprimentou a plateia.

Com um trecho do refrão "serei feliz" em loop, e "São Paulo in a jungle" repetida entre sirenes e uma batida forte, o público próximo à grade do palco pareceu esquecer que Drake um dia pisaria aquele palco, e ele encarnou o repertório do palco Perry, dedicado aos sets de música eletrônica.

O remix de música brasileira como forma de homenagear a plateia é marca registrada de DJs moderninhos que visitam o país. Jamie xx, nome que fechou o palco eletrônico no sábado, fez o mesmo com "Tô", de Tom Zé.

Ainda nos primeiros quinze minutos de show, ao som de "Ratata", o DJ apelou para a pirotecnia com chamas, fogos e fumaça. Ele engatou sua "Fireflies" com um remix de Rosalía para um público que insistia em se manter pulando com as mãos para cima.

Os fãs que antes assistiram do fundo do autódromo ao show abarrotado da diva sueca Tove Lo avançaram com facilidade para a grade do palco principal depois que o público deixou o local em massa para ver Rosalía no palco Chevrolet.

Houve também um coro de xingamentos a Drake, antes da apresentação de Skrillex. Um grupo pequeno ovacionava o DJ quando faltavam cerca de dez minutos para o horário previsto para o início do show.

O cancelamento do rapper canadense não foi má notícia para todos. Para Felipe Zaghetti, 28 anos, fã de Skrillex, a notícia compensou outros cancelamentos que o decepcionaram.

Ele comprou um Lollapass, o ingresso que dava direito aos três dias de evento, quando nem todas as atrações estavam confirmadas ainda. Mirava 100 Gecs e Blink-182 --dois grupos que abortaram a vinda ao Brasil.

"Comecei a pensar que o que viesse estava bom", diz, elogiando a substituição do headliner de sábado pelo 21 Pilots.

Ele e seus amigos nem pensaram em sair do palco principal para ver a espanhola Rosalía, nome forte da noite com a saída de Drake do lineup. "Não conheço uma música dela. Iria se algum amigo quisesse muito dar uma passadinha", falou.

A exemplo de Drake, o artista cancelou uma série de shows em 2022. Culpou um luto mal processado pela morte da mãe, em 2015, que culminou em um problema com álcool.

Mas, bem distante do mundo do trap e hip hop de Drake, Skrillex foi nome forte do dubstep e drum 'n' bass, estilos de eletrônica marcados pela alta velocidade e baixo forte.

Skrillex passa pela terceira vez no Lollapalooza brasileiro, embora esta seja a primeira como substituto e como headliner. Ele veio em 2012, primeira edição do festival, em 2015 e em 2016 como parte do duo Jack Ü, com Diplo.

Sem lançar discos desde 2015, ano de "Skrillex and Diplo present Jack Ü", recheado de nomes fortes como Justin Bieber com o hit "Were Are Ü Now", o artista voltou em 2023 em dose dupla.

Lançou "Quest for Fire", com participação de Missy Elliott e Four Tet, e "Don't Get Too Close", aceno às raízes emo do DJ, que foi vocalista de hardcore, com colaborações de Kid Cudi e Justin Bieber.

Seu último trabalho solo antes disso havia sido "Recess", de 2014.


Entre na comunidade de notícias clicando aqui no Portal Acessa.com e saiba de tudo que acontece na Cidade, Região, Brasil e Mundo!