s Drag Queens sempre ocuparam as ruas e eventos de Juiz de Fora com a pluralidade de suas manifestações artísticas. Reverenciando no palco do Teatro Paschoal Carlos Magno a história da arte LGBTQIAP+ da cidade e promovendo uma leitura irreverente e original do clássico “O Mágico de Oz”, o Coletivo Drag Haus Of Cult promove o Festival de Artes Populares da Cult, que ocorre neste fim de semana, no sábado (15) e no domingo (16), com abordagem de diferentes linguagens artísticas, que incluem performance, a cultura dos ballrooms cinema, teatro, música e dança.
O artista David Martins, que integra a Haus Of Cult e dá vida à Drag Saraah, reitera que antes da pandemia havia muitos ambientes que eram frequentados por drag queens . “A gente tinha alguns espaços um pouco maiores de valorização, como a Stand Up, local que era muito comentado, principalmente pelas drags mais antigas. O carnaval também é um espaço em que muitas drags participam. Mas sempre houve picos.”
O Festival conta com a apresentação do Espetáculo “Além do Arco Íris” nesta sexta (14), às 20h, com entrada gratuita, seguida da festa “Dreamland”, que ocorre no Rocket Pub, às 22h, com venda de ingressos, na bilheteria da casa. No sábado (15), serão apresentados os filmes “Tynna” e “Multi Polaris”, na Mostra Audiovisual marcada para as 15h, seguida do Ballroom Kunt JF às 16h30 e Pocket Show da MC Xuxu, que ocorrerá às 19h, fechando a programação.
Com a pandemia, de acordo com David, alguns artistas voltaram para suas cidades de origem e muitos tiveram que parar de atuar, por conta das dificuldades financeiras ensejadas pela emergência em saúde. A necessidade de incentivar a retomada das atividades foi o ponto de partida do coletivo. “ A nossa ideia é trazer mesmo esses artistas de volta e fomentar novamente a cena Drag. Trazer na memória assim todos esses momentos que aconteceram, porque está dentro das vivências das drag queens, mas o público não conhece mais, como a Stand Up e as paradas LGBTQIA+ da cidade. Então a gente precisava trazer isso de volta, trazer e eternizar momentos.”
O evento, conforme David, tem como objetivo reunir todas essas formas de expressão. “ Vem o Festival de Artes Populares da Cult, que é, justamente, pegar as artes que são importantes, que a gente tem em Juiz de Fora, como o Ballroom, o canto, artistas como a MC Xuxu que fez a história na cidade, além disso, fazer uma apresentação diferente do que as pessoas estão acostumadas. Porque vemos muitas drag queens nos palcos das boates. Mas a arte Drag é muito plural, ela pode estar em muitos lugares, como no teatro. Trazendo algumas ideias de uma forma que pudéssemos fazer um espetáculo lúdico, divertido, que a gente pudesse trabalhar todas essas histórias de uma forma engraçada e que o público pudesse interagir mais.” Dessa forma, o fio condutor escolhido foi a história e as personagens do Mágico de Oz, que como reforça David, se tornou um ícone LGBTQIA+.
“Obviamente a gente não ia conseguir contemplar todos, mas a gente tentou trazer o máximo de pessoas possíveis, principalmente os artistas pequenos que não são tão valorizados, que ainda precisam de um apoio maior”, descreve David. Assim como foram integrados nomes de projeção nacional, como a MC Xuxu. “Ela, que é muito importante para a nossa história, abriu portas para nós. Então, é isso é muito bom pra gente, porque desde o início, das nossas Drags, do nosso coletivo, a intenção é pensar em valorizar quem veio antes da gente. Se a gente tá montada hoje é, justamente, por conta da luta de outras pessoas que estavam aqui antes de nós.”
A Missão de acolher
O Festival nasce, conforme David Martins, como uma forma de perpetuar a missão de perpetuar a missão da Haus Of Cult. “A nossa missão é nada mais e nada menos que acolhimento. A gente quer acolher essas pessoas. A nossa resposta para tudo é: acolher os artistas e transformar tudo isso, valorizar a nossa própria arte em conjunto. Porque se a gente não valorizar nossa arte e não podemos ficar esperando pelos outros.”
Estar em um coletivo, conforme David, é elevar a experiência de pensar e agir em prol de todos. “No final das contas, Drag é tudo isso também. Drag é canto, é música, audiovisual, dança. E é isso que a gente quer mostrar. A pluralidade da arte drag e não só da arte drag, mas também das artes LGBTQIA+, que a gente tem de Juiz de Fora. Então, o nosso maior orgulho é poder trazer toda essa galera junto com a gente e valorizar esses artistas que precisam demais estar mais na frente dos holofotes.”
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