SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O cineasta iraniano Jafar Panahi deixou o Irã pela primeira vez desde 2010, quando foi proibido de sair do país. À época, ele foi condenado sob a acusação de "propaganda contra o regime". Em sua primeira viagem internacional em mais de uma década, Panahi decidiu viajar para a França, onde deve visitar a filha.
O cineasta havia sido preso no ano passado, dias após a prisão de outros dois cineastas, Mohammad Rasoulof e Mostafa Aleahmad, acusados de "perturbação da ordem pública". O cineasta foi solto após fazer grave de fome para protestar contra sua prisão.
Panahi é um dos principais cineastas iranianos. Ele já foi laureado com um Leão de Ouro na Mostra de Veneza pelo filme "O Círculo", de 2000, e com um Urso de Ouro em Berlim por "Taxi Teerã", de 2015. Três anos depois, venceu o prêmio de melhor roteiro por "Three Faces", no Festival de Cannes.
"Depois de cumprir sua pena, Panahi foi autorizado a deixar o país e obteve seu passaporte", disse o advogado do diretor, Saleh Nikbajt. "Até onde eu sei, não há mais nenhum processo legal aberto contra ele", afirmou.
O cineasta foi preso no ano passado em meio a uma repressão à liberdade de expressão no Irã, quando foi à prisão de Evin para investigar o paradeiro de Rasoulof e Aleahmad.
Foi anunciado alguns dias depois que as autoridades iranianas decidiram reativar uma sentença aplicada a Panahi em 2010. Artista dissidente, Panahi foi condenado naquele ano a seis anos de prisão e 20 anos de proibição de filmar ou escrever roteiros, viajar ou falar à imprensa.
A condenação foi por ter apoiado o movimento de protesto de 2009 contra a reeleição do ultraconservador Mahmud Ahmadinejad para o comando da República Islâmica.
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