RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) - O apresentador Geraldo Luís é um dos convidados do programa The Noite (SBT) com Danilo Gentili que irá ao ar nesta quinta-feira (29). Em sua entrevista, Geraldo relembrou sua infância e juventude, revelou seus próximos projetos e comentou sobre o sucesso na televisão. "Morava no prostíbulo com a minha mãe, que lavava roupa para elas. Era uma região tão ruim, era uma cracolândia e foi lá que aprendi a virar gente", comentou. "O principal que eu fiz com a minha mãe foi ter tirado ela do banheiro coletivo daquela zona. O que mais me humilhava, como filho, era ver a minha mãe na porta do banheiro e homens que faziam os programas com os travestis e prostitutas, as pessoas batendo na porta depois do programa, minha mãe tomando banho e os caras entrando..... A primeira vez que eu vi minha mãe tomando banho sozinha eu chorei. O lugar que eu mais oro e mais me faz voltar a ser o que eu sou é o banheiro", finalizou.
AGENTE FUNERÁRIO, FAZ-TUDO EM CIRCO E DEMISSÃO DA RECORD
Antes de se consagrar no rádio e na televisão, Geraldo trabalhou como agente funerário e faz-tudo em um circo. "Duas coisas que me tiraram da miséria: o circo e o rádio. O circo foi a grande escola. Lavava animais, catava bosta de macaco e elefante.... A necessidade faz você fazer de tudo". Na funerária, ele explica que tinha curiosidade. "Fui pela curiosidade e fiquei pela necessidade. Lá me tornei agente funerário e foi o dinheiro de agente funerário que começou a me dar a dignidade de levar a comida em casa para a minha mãe, que nessa época teve um câncer de mama violento", explicou. Geraldo também comentou sobre sua demissão na Record após 16 anos na emissora e explicou que já estava querendo sair. "Nunca fiquei fora do ar. É a primeira vez na minha vida por uma escolha. A Record não me demitiu. Meu contrato ia até setembro do ano que vem e eu pedi 'quero ir embora porque não consigo mais ser feliz aqui'", explicou. "Tem uma hora que você se prende e não consegue mais fazer nada e eu precisava fazer, ser o Geraldo Luís, voltar a contar histórias. Fui eu, porque não estava dando mais. Não é fácil ser comunicador popular nesse país. Ser popular, nesse país, você toma muita paulada", continuou. "A televisão foi ficando enrugada, pequena, medíocre, encolhida porque ela quis colocar normas e hoje ela se distanciou do povo. Não tenho vergonha de ser popular e hoje estou pagando um preço muito alto.... Não quero descansar, só quero ser feliz, voltar a ser o Geraldo, contar histórias. Quero encontrar um diretor que me entenda e compre as minhas loucuras. Eu estava morrendo!", concluiu.
PROJETOS FUTUROS
Mesmo com a demissão, Geraldo diz que quer continuar na ativa. "Sou de televisão, mas quero fazer um podcast muito louco, que ninguém faz. Gosto de rua, de povo. Não tenho vergonha do povo", disse
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