SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O velório de José Celso Martinez Corrêa, o Zé Celso, vai varar a madrugada desta sexta-feira no Teatro Oficina, casa símbolo das artes cênicas e da resistência à gentrificação, no Bexiga, no centro da capital paulista. O dramaturgo morreu nesta quinta-feira (6) aos 86 anos.
O velório começa às 23h desta quinta-feira e ocorre até às 9h de sexta-feira.
Ao som de músicas de samba, como "Vou Gargalhar", de Jackson do Pandeiro, atores, diretores e a equipe do Teatro Oficina dançam e cantam em celebração ao dramaturgo. O corpo ainda será transferido até o local.
Os atores, firmando um cordão, entoaram "Tradição", de Beth Carvalho. Os versos "quem nunca viu o samba amanhecer/ vem no Bexiga pra ver" foram cantados em coro. Em "Meu Cavalo Tá Pesado", uma união da bateria e dos artistas, que corriam pelo palco do Oficina, criou uma espécie de catarse.
André Passi Neto, do bar Nosso Cantinho, vizinho do teatro, disse ter aberto as portas para que os artistas e o público pudessem se alimentar sem precisar ir longe.
O dono do estabelecimento conta que tinha amizade com Zé Celso. "Era um cara alegre, extrovertido, simpático. Um ícone do teatro", afirmou. "O Teatro Oficina é um chamariz para o bairro todo. A Bela Vista se tornou conhecida por isso."
Zé Celso morreu após ter 53% de seu corpo atingido pelo incêndio que consumiu seu apartamento no Paraíso, na zona sul da capital paulista, na última terça-feira (4). O artista estava intubado na unidade de terapia intensiva do Hospital São Paulo, em coma induzido, para não sentir a dor das queimaduras.
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