SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Seu Jorge não desperdiçou um minuto sequer em seu show no palco The One, do festival The Town, que estreia em São Paulo este fim de semana. O músico carioca tocou logo antes de Bruno Mars, principal atração do segundo dia do evento feito pelos mesmos criadores do Rock in Rio.

Com uma história de apresentações em bares e na noite do Rio dos anos 1990, Seu Jorge mostrou que sabe ter a plateia na mão.

Enfileirou sucessos, próprios ou alheios, para uma multidão a perder de vista, só comparável no palco The One à que foi ver Matuê, na tarde deste domingo (2).

Ele levou uma banda numerosa ao festival, com mais de uma dúzia de músicos, incluindo percussão, backing vocals e naipe de metais. Quando não era o cantor que estava entretendo a plateia, eram os instrumentistas.

Seu Jorge começou com "Mina do Condomínio", uma de suas músicas mais conhecidas, e passou por "Pessoal Particular" antes de puxar uma sequência de composições alheias. São elas "Ain't no Sunshine", sucesso na voz de Bill Withers, "Na Rua, Na Chuva, Na Fazenda", de Hyldon, e "That's My Way", de Edi Rock.

Nessa última, contou com a participação do próprio MC dos Racionais, que cantou no mesmo palco e horário, no dia anterior. Rock desta vez não pegou a chuva da véspera, e cantou seus versos entremeados pelo refrão, marcante na voz de Seu Jorge.

Mas apesar de conhecido pelo vozeirão grave, ele não depende apenas das interpretações para segurar uma plateia de dezenas de milhares. "Quem Não Quer Sou Eu", "Carolina" e "Amiga da Minha Mulher" são algumas de suas composições que embalaram a plateia do The Town.

Seu Jorge tem uma estética que parte do samba, mas abraça a bossa nova, a MPB e diversas facetas da música negra, como o rap e o R&B. Ao longo dos anos, também com sua atuação no cinema, ele se tornou uma espécie de embaixador do Brasil no exterior através da música.

No The Town, ele ainda recebeu o produtor carioca Papatinho, que tocou uma MPC, ou midi center production. Eles apresentaram juntos "Final de Semana", espécie de comentário sobre o samba em base de trap.

A sequência final teve "Alma de Guerreiro", "Felicidade" e o hit "Burguesinha", enquanto parte do público já se dirigia ao palco Skyline, onde Bruno Mars tocaria em instantes.

Foi um típico show com a cara do festival, feito para agradar toda a família ?dos pais fãs de Ney Matogrosso aos filhos fãs de Matuê ou Luisa Sonza.


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